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O professor marca a vida do aluno e influencia seu sucesso ou insucesso 24/06/2019

O professor marca a vida do aluno e influencia seu sucesso ou insucesso

A revolução da conectividade - mais informação disponível, mais gente conectada e, portanto, maior poder de cada um de nós em tomar decisões, escolher informação e formar opinião - obriga a educação a incorporar competências comportamentais. E o professor, a se requalificar. Somente desta forma ele vai poder influenciar seu aluno e fazê-lo buscar essas competências. "O professor tem um papel crítico na vida das pessoas. No colegial e na graduação, principalmente, ele marca a vida dos alunos e influencia (ou não) o potencial futuro de sucesso ou insucesso de uma carreira. É uma responsabilidade além de passar informação. A coisa é mais profunda", alerta o professor e CEO da Inova Consulting e da Inova Business School, Luis Rasquilha. Ele estará no XV Congresso do Ensino Privado Gaúcho, em Porto Alegre, no dia 26 de julho com a palestra "Do aluno de hoje ao profissional de amanhã", que falará da importância do professor na aquisição das competências necessárias por parte do aluno para que ele se transforme num profissional bem sucedido e feliz.

A educação existente hoje - não apenas no Brasil, é uma questão mundial - faz parte de um modelo construído numa revolução industrial, para a indústria, a fim de rotinar processos. Ou seja, suportada em competências técnicas, afirma Rasquilha, ao justificar que as salas de aula, de forma geral, ainda não estão no modo "conectividade". A revolução ocorrida na última década, que trouxe à tona a necessidade do trabalho em equipe, da colaboração, da criatividade, da capacidade de resolver problemas complexos, lidar com incertezas, e da inteligência emocional, está começando a entrar em pauta nas escolas. Por quê? Uma vez que a informação técnica está disponível, quando o aluno vê um professor em sala de aula falar o que ele já sabe, sem aplicação prática e sem uma reflexão comportamental, ele se desinteressa. "O aluno de hoje e de amanhã é aquele que já domina uma boa parte da competência técnica, o que obriga que a educação dele seja mais `aplicar no dia a dia, trabalhar em equipe, resolver novos problemasÂ’, do que apenas decorar fórmulas e conteúdos", alega o professor. Hoje, para Rasquilha, é essa a grande mudança, de competência técnica para a comportamental. E ele frisa que ambas são importantes. Ele fala de um exemplo clássico: O que as faculdades mais valorizam no TCC? Se o trabalho cumpre a regra da ABNT ou não. Depois, o conteúdo. "A regra é técnica. É importante para padronizar. Mas o mais importante é o conteúdo, aquilo que o aluno está produzindo para resolver um problema", justifica. 

O professor deve deixar de ser um mero expositor de conteúdo para ser um moderador de conteúdo. E a sala de aula deixar de ser um lugar para dar informação para ser um espaço de debate. O aluno tem a informação teórica ao alcance das mãos, do teclado. Nas plataformas e-learning, em sites e apps. Portanto, o professor tem que ser um curador, selecionar a informação mais relevante de todo o conteúdo, um moderador de debate e um orientador ou mentor na construção da trilha da capacitação do seu aluno. Importante nesse contexto: a informação não pode ser mais standartizada, a mesma para todo mundo. "Cada um de nós tem interesse, objetivos, crenças, opiniões, formações diferentes. O que obriga que a escola - seja ensino médio, superior, pós- graduação - ter um cuidado muito grande em dar a cada pessoa aquilo que ela necessita", pontua Rasquilha.

No modelo anterior, a lógica era o aluno ser bom em tudo. Os pais davam uma bronca quando viam nota ruim numa matéria, um comportamento de uniformizar todas as competências. Hoje, qual é a orientação? Pegue seus pontos fracos (você é ruim em Biologia, Matemática?), leve isso para um nível que não prejudique a sua vida, que te permita viver tranquilo, e foque naquilo que você é bom, alega Rasquilha. "Não dá pra ser bom e tudo. O professor precisa entender, como mentor, líder, moderador, e conhecer bem os alunos para saber o que eles gostam, os pontos fracos e fortes de cada um, para manter um escopo personalizado."

A grande maioria dos professores, para o CEO da Inova Consulting, ainda não está entendendo o que está acontecendo. No MBA da Inova, ele dá o exemplo, o ensino é híbrido. Toda a teoria expositiva está na plataforma, em vídeo e pdf. A sala de aula é para debater os temas. "Os (alunos) que têm mais dificuldade são os professores." A parte boa é que o professor tem munição para mudar este cenário: "ele agrega experiência - no limite, é uma pessoa que tem mais experiência naquele tema - e a sensibilidade para transmitir o conhecimento de forma mais criativa, interessante", defende Rasquilha.