Porto Alegre, cidade educadora
O compromisso certamente é de todos para todos, para que tenhamos uma educação integral, que transcenda os muros da escola ou da universidade, pois tratamos do ambiente educador com todas as suas potencialidades
Maurício Coloniezzi Erthal
Vice-diretor Administrativo do Colégio Marista Rosário, conselheiro Municipal de Educação em Porto Alegre/RS e voluntário do Pacto Alegre, integrante da Cidade Educadora – GT Infraestrutura Educacional.
Verdadeiramente os ambientes educam. Lembro-me dos ritos na casa dos meus avós. Hora certa para se sentar à mesa, e, logo após o almoço, os mais experientes descansavam, e um silêncio pairava no lar. Cada vez que uma visita chegava, já era sabida a forma que o espaço se organizava. Essa memória afetiva é a prova de que o ambiente nos educa e provoca ecos de longo prazo.
Dedicando um olhar macro, podemos olhar para a nossa cidade. Cada um de nós possui a sua origem, e, independentemente dela, há espaços que nos acolhem e dão sentido às nossas vidas. A nossa Porto Alegre é um desses espaços. Cidade da nossa vida, dos nossos ritmos, das nossas paixões, das nossas raízes, dos nossos sabores, do nosso jeito e da nossa tradição. Ela agora é também: a nossa cidade educadora, no justo e genuíno momento em que comemora seus 250 anos.
Juntos firmamos o compromisso por essa celebração. Compromisso por uma cidade educadora. Mas o que representa essa distinção? Primeiro é preciso conhecer o Pacto Alegre. Uma proposta de movimento de articulação e eficiência na realização de projetos que visam causar impactos na cidade. Em seguida, é necessário viver um dos ciclos de seus projetos, a cidade educadora, motivação que visa engajar um coletivo inteligente tornando nossa cidade inclusiva, criativa e formadora, ativando o sentimento de pertença para todos os seus.
As escolhas feitas pelas pessoas que aqui habitam ou transitam, gerarão créditos para o que se quer de uma cidade educadora. O compromisso certamente é de todos para todos, para que tenhamos uma educação integral, que transcenda os muros da escola ou da universidade, pois tratamos do ambiente educador com todas as suas potencialidades. Cidade, estudantes, educadores, poder público e tantos outros atores sociais, ressignificam-se em agentes de transformação, para uma atuação conectada, múltipla e consciente de um importante papel de protagonismo.
Não há dúvidas o quanto de trabalho ainda se tem pela frente. A cidade educadora possui a sua pedagogia, suas identidades e culturas, infâncias e juventudes, e esse legado, está permeado por um ambiente propício para inovação. A nossa Porto Alegre, seguirá infindas possibilidades, que irão das concretudes as utopias, e, de fato, esse é o movimento que acelerará as mudanças gestadas pelo engajamento.
O dever e o agir está conectado a uma sociedade aprendente, que percebe o seu entorno e se ressignifica a partir dele. Da carta das cidades educadoras, extraímos o seguinte compromisso: “a cidade educadora tem de exercitar e desenvolver a sua função educadora em paralelo com as tradicionais (econômica, social, política e de prestação de serviços), com o olhar posto na formação, promoção e desenvolvimento de todas as pessoas de qualquer idade”. Esse excerto, nos abriga na caminhada e indica que não estaremos enxergando nossa própria sombra na trajetória realizada.
Passamos nesse momento, a gestar juntos um modelo único e inaugural de cidade educadora, uma vez que, cidadãs e cidadãos do espaço educador carregarão consigo memórias felizes por todas as experiências vividas, do bairro ao centro, pois para uma cidade educadora não há fronteiras, há sim um porto alegre.
Seja bem-vindo (a) à cidade educadora de Porto Alegre.
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