Uma comunicação pautada pelo planejamento e pela sensibilidade

Escola Santa Mônica, de Pelotas, ouro na categoria Comunicação e Marketing do Prêmio Inovação Sinepe/RS 2022, aproveitou eventos que já desenvolvia para estreitar laços com alunos e familiares durante a pandemia

por: Pedro Pereira | pedro@padrinhoconteudo.com
imagem: Arquivo Pessoal

Acostumada a trabalhar com um calendário repleto de atividades durante o ano todo, a Escola Santa Mônica, de Pelotas, sempre fez destes momentos uma grande oportunidade para estar perto dos alunos e estimular a convivência entre eles e com as famílias. Quando foi surpreendida pela pandemia, em março de 2020, logo percebeu a necessidade de lançar mão desta relação para fortalecer o processo de ensino – e de resiliência – junto à comunidade escolar.

“Sempre trabalhamos com cronogramas, datas. O que fizemos dentro da pandemia foi buscar uma alternativa para manter esse cronograma. Aí entraram as lives, o drive-in. Vira uma ferramenta para que a gente possa manter as atividades”, conta a coordenadora de comunicação da Escola Santa Mônica, Janine Fortunato Hohmann.

As soluções encontradas pela equipe renderam à escola o ouro na categoria Comunicação e Marketing do Prêmio Inovação Sinepe/RS 2022. As atividades contemplaram as três unidades da escola e tinham como objetivo despertar o interesse e mobilizar os estudantes para a aprendizagem. Segundo a escola, por trás de todo o projeto estão valores como o compromisso com a sociedade e o meio ambiente, valorização de esporte e cultura e a aposta em tecnologia educacional, entre outros.

Justamente por não saber quanto tempo duraria a pandemia, o jeito foi reinventar o modo como os eventos se davam. O foco estava em dois públicos: internamente, alunos, professores, funcionários e familiares. Para além dos muros, era preciso estabelecer uma conexão com pessoas que não conhecem a escola ou não fazem parte da comunidade escolar.

Cenário montado para a live de festa junina, que foi um dos destaques durante o isolamento
Foto: Setor de Comunicação da Escola Santa Mônica

As lives foram a primeira novidade. Mais especificamente, o 1º Arraiá Virtual. Depois vieram a Caixa das Emoções, Bilingual World Experience e Dia do Professor. Em seguida, a live que chegou acompanhada de mais uma inovação: Tchê Live (assista, abaixo), que contou com drive-in – assim como a “Mistérios no Drive-in”, na sequência.

Passado o período de isolamento, algumas sensações também ficam para trás. Parando para refletir, Janine parece voltar no tempo e reviver os momentos mais marcantes. Ela cita, em especial, a primeira live e o drive-in. 

“Na primeira live a adrenalina estava lá em cima, a gente aprendendo ainda, foi muito bonito ver o empenho de todos. Ao final, a gente não podia se abraçar, mas nos olhávamos e era uma emoção, vendo os retornos pelas redes”, recorda. 

Escola investiu em infraestrutura para receber alunos e familiares em um drive-in durante a pandemia
Foto: Setor de Comunicação da Escola Santa Mônica

Ela lembra, ainda, que o empenho começou durante a semana que antecedeu a atividade. Os professores e funcionários convidavam familiares para participar e prestigiar, sugeriam decoração nas casas, tudo para criar um clima propício. “A gente olhava em outra tela o que estava acontecendo na rede, durante a live. Eram as famílias reunidas, abrindo as caixas que chegavam pelo correio. Dava para ver a felicidade de todo mundo”, conta.

Já o drive-in significou a retomada de um contato mínimo, ainda com distanciamento e uma série de cuidados e incertezas. Mas era um contato, e isso era importante. Como o tradicionalismo sempre foi parte de um projeto importante para a escola, era justo que essa reabertura começasse com a Tchê Live.

Depois de ganhar experiência com a edição tradicionalista, veio a Mistérios no Drive-in. “Tinha uma série de dinâmicas. As crianças ganharam balões dentro dos veículos, por exemplo. Elas também não esperavam que as professoras corressem entre os carros, foi muito divertido. A gente aprendeu, de certa forma, a olhar mais, porque era o que a gente tinha de troca. Não tinha abraço, beijo, mas tinha o olhar. São coisas que a gente vai levando”, reflete Janine.

Drive-in foi uma das alternativas para manter a conexão da comunidade escolar durante o período de isolamento
Foto: Setor de Comunicação da Escola Santa Mônica

Desafios

A idealização do projeto reflete a forma como a Escola Santa Mônica conduz as atividades e a rotina de aprendizagem. A execução, por sua vez, tem as digitais de um processo bem estruturado de gestão. Segundo Janine, o setor de comunicação é para quem gosta de desafios e, neste caso, o maior deles era entender as ferramentas necessárias para levar a cabo o projeto de conexão com alunos e familiares.

Acostumada a trabalhar com um planejamento detalhado, a equipe de repente se viu – assim como o mundo todo – refém do comportamento de um vírus. A estratégia, definida em tempo recorde, ainda demandava revisões a cada decreto de abertura ou estreitamento das normas. Mas tudo tem um lado positivo. “O desafio era manter o cronograma mesmo dependendo de questões externas. Além de aprender do zero algumas novas ferramentas. Isso foi bom porque agora todo ano não queremos fazer só o que já era feito”, revela a coordenadora.

Resposta da comunidade escolar

Seguir os decretos desafiava a equipe da escola, mas também dava a segurança e o amparo jurídico para saber que era a coisa certa a se fazer. Por isso, a adesão dos alunos e das famílias sempre foi grande. “Sempre fomos transparentes. Os retornos eram de agradecimento por aqueles momentos de alegria. A gente brinca que é uma família muito festeira, e a festa é importante para a gente poder, principalmente presencialmente, integrar”, entende Janine.

Tudo foi roteirizado pelos profissionais, de forma que os participantes sabiam “o que fazer, como fazer e quando fazer”, como define Janine.

Alunos puderam retomar, de alguma forma, o contato físico com a escola enquanto as aulas eram remotas
Foto: Setor de Comunicação da Escola Santa Mônica

Seguindo a tradição, a comemoração dos 30 anos já tem as atividades planejadas para 2023, sob o tema Arte de Amar. Tudo no presencial, como era antes da pandemia. Mas a reestruturação do modelo deixou um legado. De volta ao presencial, a equipe da Escola Santa Mônica não perde mais de vista tudo que aprendeu durante a pandemia e já planeja novos projetos para o novo ano.

Segundo a escola, os eventos também atingiram a meta de alcançar a comunidade escolar, fortalecendo os laços e se aproximando das famílias e dos funcionários durante o período de isolamento.

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