6 dicas para tornar as férias escolares produtivas (e descansar)
Neste artigo, Fabiana Santana mostra como usar o recesso para estimular as habilidades socioemocionais dos estudantes
*Fabiana Santana é Bacharel em Letras, Pedagoga e Alfabetizadora, com MBA em Gestão Escolar, com mais de 16 anos dedicados à educação básica. Estudou na Universidade de La Verne, na Califórnia, sobre Liderança e Coaching. Como assessora pedagógica do Programa Líder em Mim, ajuda escolas a implementarem e desenvolverem uma cultura de liderança transformadora.
Para muitos estudantes, as férias escolares chegam como um descanso merecido, após meses de provas, tarefas e estudos. No entanto, com a mudança de rotina, as dinâmicas familiares e o uso excessivo de telas, os desafios emocionais tendem a se acentuar nesse período.
O recesso deve ser encarado não apenas como uma pausa, mas como uma oportunidade estratégica para cultivar o equilíbrio emocional, as relações saudáveis e o autoconhecimento. É importante refletir que as férias não são apenas um período de inatividade, mas também um espaço para o descanso significativo, a recarga de energias e o desenvolvimento de novas habilidades e experiências.
Para auxiliar os pais, familiares e estudantes, separei seis dicas práticas para que o período de férias possa ser utilizado como uma forma de aliviar a pressão escolar e de desenvolver ferramentas para lidar com situações adversas no retorno à escola. Confira:
Desacelerar é essencial. Reservar um tempo para que as crianças e adolescentes durmam bem, relaxem e se desconectem de estímulos constantes é uma forma de trabalhar a competência da Melhoria Contínua, que convida à renovação física, emocional, mental e social. Caminhadas na natureza, escrever diários e momentos de silêncio e descanso intencionais são ótimos aliados.
As férias são um excelente momento para fortalecer laços com os amigos e com a família. Propor passeios como visita a parques, museus, praias; jogar jogos de tabuleiro ou de cartas, que promovam a interação social, a cooperação e a resolução de problemas; ter rodas de conversa, cozinhar juntos ou fazer atividades artísticas, são atividades que podem estimular a construção de relacionamentos e a empatia (competências socioemocionais a serem estimuladas com essas práticas), ao promover momentos significativos de escuta e colaboração.
Sem a pressão da escola, o estudante pode aprender a organizar sua rotina com mais autonomia, conforme indica a especialista. Propor metas simples, como ler um livro, ajudar nas tarefas de casa, plantar algo ou aprender uma receita, estimula o senso de responsabilidade e propósito, desenvolvendo também a habilidade da Gestão do Tempo, essencial para a vida escolar e adulta.
É natural que as crianças queiram aproveitar o tempo livre no celular ou no videogame, mas o equilíbrio é essencial. Estabelecer horários e oferecer alternativas como jogos não digitais em família, pintura, escrita ou experiências ao ar livre pode ser uma forma divertida de desenvolver a autorregulação. É crucial discutir com os filhos sobre o uso responsável da internet, privacidade e segurança online. Ser um modelo é fundamental, pois quando falamos de modelagem, os pais e responsáveis também precisam ser intencionais e “se render” aos momentos sem tela e, estarem dispostos a conduzir as crianças e adolescentes às práticas que tragam interação, envolvimento e prazer.
As férias representam um ótimo momento para descobrir novas habilidades e permitir que a criança ou adolescente explore seus gostos pessoais, sendo uma forma de desenvolver sua identidade e autoconfiança. Além disso, esse tempo livre os ajuda a se expressarem e a lidar melhor com suas emoções.
Para ajudar crianças e adolescentes a descobrirem talentos e paixões, diversas atividades podem ser propostas, desde experiências artísticas, jogos que estimulem o pensamento crítico e criativo, escrita criativa, esportes individuais ou coletivos, ou seja, atividades que pela correria do dia a dia muitas vezes não fazem parte do cotidiano dos alunos, mas que nas férias podem ser uma excelente forma de colocar o corpo e a mente em movimento. A chave é proporcionar um ambiente de exploração e incentivo, onde eles possam descobrir o que lhes traz mais alegria e satisfação.
Para os últimos dias de recesso escolar, é recomendável que os responsáveis conversem com os estudantes sobre a retomada da rotina, para que essa seja feita com positividade e proatividade. Relembre conquistas do semestre anterior, incentive planos para o novo ciclo e, se possível, envolva a criança/adolescente em pequenas decisões, como organizar o material escolar para o retorno às aulas. Essa transição suave reduz a ansiedade e gera motivação.
A pausa escolar é mais do que descanso, é um convite para desacelerar, reconectar e aprender de outras formas. Ao proporcionar vivências afetivas, rotinas com intenção e espaços de escuta, as famílias ajudam as crianças e adolescentes a voltarem às aulas mais seguros, equilibrados, confiantes, preparados para os desafios que virão e prontos para aprender, não apenas conteúdos, mas também sobre si mesmos e sobre o mundo.
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