SINEPE/RS 77 anos: segredo da longevidade é a capacidade de se adaptar
Fidelidade aos valores e flexibilidade na ação tornaram o sindicato gaúcho referência nacional em representatividade e inovação no cenário da educação
Neste 3 de dezembro, o SINEPE/RS completa 77 anos. Mais do que celebrar uma data, a entidade marca a consolidação de uma trajetória definida pela capacidade de adaptação. Se em 1948, ano de sua fundação, o propósito central era regular as questões trabalhistas entre colégios e professores, hoje, em 2025, a instituição se posiciona como um centro de inteligência focado na sustentabilidade das escolas, nas novas teorias de aprendizagem e na segurança jurídica do setor.
Para o presidente Oswaldo Dalpiaz, a evolução segue a lógica darwiniana: sobrevive quem melhor se adapta. “O Sindicato sempre privilegiou duas coisas: a convicção inegociável sobre seus valores e princípios e, ao mesmo tempo, a flexibilidade na ação para acompanhar a cultura e o tempo“, define.
Essa postura ativa transformou o sindicato gaúcho em um modelo para o restante do país. O SINEPE/RS não apenas integra a Federação Nacional das Escolas Particulares (Fenep), mas lidera debates que transbordam as fronteiras do Estado. “Casos como a gestão da pandemia e das enchentes tornaram-se exemplos únicos que saíram do RS para o Brasil todo”, destaca a presidente da Fenep, Amabile Pacios.
A percepção é compartilhada por outras lideranças nacionais. Winder Almeida, presidente do SINEPE/MG, descreve a entidade gaúcha como um “farol de vivências”, destacando a influência política e institucional do grupo. Já Anna Lydia Collares, presidente do SINEPE/RJ, reforça a solidez da atuação gaúcha: “Sua atuação combina firmeza e diálogo qualificado, sempre com equilíbrio e responsabilidade. É uma referência de organização que inspira outros sindicatos, inclusive o do Rio de Janeiro“.
Mais do que uma entidade de classe, o SINEPE/RS assumiu um papel central na definição dos rumos da educação. Fátima Ehlert, presidente do Conselho Estadual de Educação (CEEd/RS), ressalta que o crescimento da entidade demonstra sua “capacidade de dialogar e apoiar os associados na definição das políticas educacionais”.
Esse protagonismo é visível na transição de um perfil apenas reivindicatório para um perfil propositivo. Segundo Jonas Rückert, diretor executivo da Rede Sinodal, o sindicato atua hoje com foco no “direito ao ensino de qualidade”, pautando temas que impactam diretamente a sala de aula e a gestão. Cristiane Corrales, promotora de Justiça do Ministério Público, complementa que a entidade se tornou fundamental na articulação com a rede de proteção e órgãos públicos, buscando soluções conjuntas para os desafios complexos da educação.
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A modernização do sindicato passa, obrigatoriamente, pela tecnologia e pela oferta de serviços que resolvem as dores da escola. O SINEPE/RS foi pioneiro ao transformar a comunicação em ferramenta de gestão, criando o portal Educação em Pauta e a plataforma de vídeos Sinepe Play.
“O Sinepe Play tem a perspectiva do tempo curto, organizando vídeos de até 20 minutos sobre assuntos pertinentes à rotina escolar, para auxiliar na capacitação dos profissionais”, explica Dalpiaz.
Outro marco dessa nova fase é o Prêmio Inovação SINEPE/RS. A premiação existe há mais de 20 anos, mas em 2022 assumiu novo formato, voltado à valorização de práticas inovadoras na educação. Neste ano, o Prêmio recebeu 132 trabalhos inscritos. O sucesso do formato gaúcho cruzou fronteiras e serviu de base para a criação do “Prêmio Projeto Brilhante”, do SINEPE/MG. “O prêmio movimenta as escolas para uma competitividade sadia e incentiva absurdamente o nosso desenvolvimento”, afirma o presidente da entidade mineira.
Honrando o passado, mas com o olhar no futuro, a diretoria já projeta os próximos passos. O foco para 2026 será apoiar as escolas na apropriação de novas tecnologias e na melhoria dos processos de gestão. Para isso, a estrutura interna será ampliada.
“Atualmente temos os comitês Jurídico e Pedagógico. Para o ano que vem, teremos quatro: somam-se a eles o Comitê para o Ensino Profissionalizante e o Comitê para o Ensino Superior“, anuncia Dalpiaz.
O objetivo final permanece o mesmo de 77 anos atrás: garantir que as instituições de ensino privadas tenham condições, liberdade e segurança para exercer sua missão de humanizar a sociedade através do conhecimento.
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