As soluções para inadimplência e permanência de alunos no ensino técnico

Em um período ainda em recuperação da economia e, por consequência, do poder financeiro da população, gestões eficientes encontraram maneiras de resolver os problemas dos estudantes em continuar os seus estudos

por: Eduardo Wolff | eduardo@padrinhoconteudo.com

A pandemia vem desafiando financeiramente o setor da educação, o que não é diferente da realidade das instituições de ensino técnico. Por diversas razões, com recursos mais limitados, muitos alunos tiveram dificuldades em estudar, bem como efetivar os pagamentos das mensalidades de maneira regular. Diante desse cenário, gestores de educação precisavam manter a sustentabilidade do negócio e, também, aumentar as bases para atender e se antecipar às demandas de mercado – atuais e futuras –, dos estudantes e suas famílias. 

A inadimplência dos alunos e a instabilidade financeira influenciam tanto a saúde mental dos mantenedores e de suas equipes. Mais de 50% da sua agenda e energia pessoal estão dedicadas aos assuntos financeiros e administrativos, lidando com tarefas que nunca foram fáceis e, neste momento, se agravam ainda mais. 

Segundo recomendações da plataforma financeira Educbank, o gestor necessita buscar um auxílio de uma assessoria contábil, pois favorece a profissionalização e possibilita mais dedicação à qualidade pedagógica, formação de educadores, inovação e fortalecimento das relações internas e externas. “Nestes últimos anos acompanhamos todas as transformações que as instituições de ensino foram obrigadas a encarar e reparamos que a saúde financeira, agravada pelos impactos econômicos que a pandemia gerou, é um dos maiores gargalos da educação privada brasileira”, comenta Danilo Costa, fundador da plataforma.

Estar próximo do estudante é o que aponta o diretor de Cursos Técnicos do Senac EAD, Gustavo Castioni Pilatti. “Entender a realidade de cada um e a situação de vida que estão passando no momento fortalece a relação de confiança e reciprocidade com as responsabilidades de cada parte. Quando mantemos um bom relacionamento com ele e temos a empatia como base dessa relação, a instituição deixa de ser apenas um prestador de serviço e passa a fazer parte da história de uma família”, frisa.

Se por um lado existe um cenário desafiador, por outro estão surgindo tecnologias financeiras. “O PIX e open banking estão colaborando para a saúde financeira das escolas e as novas possibilidades pedagógicas para o surgimento do ensino híbrido”, analisa Costa.

Danilo Costa, fundador da plataforma Educbank.

Outro fator positivo são as novidades na gestão escolar que estão por vir nos próximos. “Presenciamos revoluções na gestão da música, com o Spotify; no entretenimento, com a Netflix; no delivery de comida, com o iFood. Recomendo aos gestores que mantenham a calma, continuem otimistas, e busquem constantemente se atualizar. Há muitas oportunidades e coisas interessantes acontecendo”, ressalta o executivo da Educbank.

Como manter os alunos na instituição? 

Quanto às formas de permanência dos estudantes, Pilatti destaca que cada instituição de ensino possui as suas particularidades e perfil diferentes de público para adotar as suas estratégias. “É muito importante que cada uma delas tenha mapeado quais são os pontos na jornada do aluno que possam criar barreiras ao estudante e, a partir disso, propor soluções”, frisa. 

Esse constante aprendizado e melhoria dos processos são vitais na permanência do estudante na instituição. “Temos o Programa Pertencer, que possui indicadores e ações bem definidas, as quais vão desde a inscrição do aluno no curso até o recebimento do diploma”, ressalta.

Iniciativas que surtiram resultados positivos

Apesar de todos os problemas, as instituições de ensino técnico encontraram soluções que trouxeram grandes resultados. Segundo o coordenador Administrativo do Centro Tecnológico Frederico Jorge Logemann, Fabrício Desbessel, ocorrem poucos casos de estudantes e/ou pais que tiveram dificuldades em realizar os pagamentos. A permanência tem sido mais eficaz, sendo melhor que a captação de novos alunos. “Oferecemos a possibilidade de parcelar cada mensalidade em até três vezes no cartão no início da pandemia, momento em que os estudantes estavam com mais receio de que com dificuldades”, recorda.  

Quanto às estratégias para a permanência dos alunos, Desbessel lembra que, em 2020, foi ofertado como forma de pagamento o PIX, por ser um meio facilitado. Outra maneira positiva foi desenvolver uma comunicação com os alunos antes que ocorra a inadimplência. “Com 20 dias de antecedência ao vencimento, o estudante recebe o demonstrativo de pagamento e/ou boleto. No dia anterior ao vencimento, recebe um alerta já com links rápidos para realizar o pagamento. Da mesma forma que no dia anterior, na data do vencimento, ao meio-dia ele recebe um novo alerta. Passados cinco dias, recebe um alerta de inadimplência também com links rápidos de pagamento”, explica.

Com duas ou mais mensalidades em aberto, segundo o coordenador do Centro, o setor de cobrança faz um contato e verifica os motivos da inadimplência. “Não é aceita a rematrícula semestral de alunos inadimplentes. Eles precisam quitar ou então renegociar a dívida para realizar a rematrícula”, complementa. 

Como “facilitar a vida” de alunos inadimplentes? 

>> Fortaleça o relacionamento e realize uma comunicação transparente, antecipando e acompanhando quais são os motivos da inadimplência;

>> Ofereça flexibilidade para que o estudante possa pagar a mensalidade;

>> Proporcione diversos meios de pagamento, como o PIX, cartão de crédito, dinheiro, boleto etc;

>> Demonstre empatia e esteja aberto ao diálogo, possibilitando ao aluno negociar os termos de forma personalizada, resultando no engajamento e retenção.

TAGS





Assine nossa newsletter

E fique por dentro das novidades