Como estimular o uso de tecnologias digitais pelos professores
Recursos como o celular podem ser uma ferramenta eficaz de aprendizagem; conheça termos tecnológicos indispensáveis
Se a nossa rotina está digitalizada, nada mais natural do que replicar esse cenário em sala de aula. Mais ainda porque as tecnologias disponíveis possibilitam ampliar o repertório de um professor, tradicionalmente restrito à sua retórica (algo fundamental, sem dúvida), lousa e materiais de apoio invariavelmente impressos. O resultado evidente é a chance de engajar mais os estudantes, visto que eles são nativos digitais.
Segundo informa o assessor pedagógico da Mind Makers, Victor Haony, quando se pensa em uma escola inovadora, é fundamental que a equipe pedagógica esteja amparada adequadamente, “para que se torne facilitadora no dia a dia em sala de aula, seja com formações presenciais, acompanhamento contínuo, seja com a ajuda da própria tecnologia, considerando plataformas de aprendizagem para os professores”, salienta.
Conforme dados mais recentes da TIC Educação ainda existe uma resistência ao uso das tecnologias digitais por parte de alguns professores. De acordo com o estudo, 67% dos docentes utilizam o telefone celular para realizar atividades educacionais com os alunos. As atividades são para usos como jogos educativos digitais, solicitar a realização de exercícios e pesquisas e para realizar aulas expositivas.
Por ser uma plataforma de pensamento computacional e empreendedorismo criativo, a Mind Makers criou um “beabá” com conceitos-chave desse universo para os professores.
Garantir o uso adequado
Para que a utilização da internet seja adequada no ambiente escolar e até mesmo fora dele, é importante que o contato com a tecnologia seja ampliado no cenário da sala de aula. “As crianças precisam aprender a utilizar as ferramentas digitais de modo seguro e, para isso, vivenciá-las é a saída”, frisa Victor.
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Criar uma série de proibições em relação ao uso de celulares, que são o caminho mais fácil para o acesso a internet, desperta a insatisfação nos alunos no que diz respeito ao cenário escolar. “Por outro lado, o uso desses dispositivos de modo equivocado pode causar apenas distrações. Frente a esse quadro, é importante repensar o uso da tecnologia, sobretudo de celulares, em sala de aula”, pondera.
Para a coordenadora pedagógica da Instituição Evangélica de Novo Hamburgo (IENH), Gabriella Schorn, alguns aspectos podem ser considerados para incentivar o uso de tecnologias: construir competências digitais, escolher as ferramentas apropriadas, personalizar o aprendizado e criar interatividade. Também vale manter-se atualizado, explica.
“A tecnologia está em constante evolução. Fique atualizado sobre as últimas tendências e ferramentas educacionais digitais para garantir que sua abordagem de ensino permaneça relevante.”
Quebrar a resistência
Para transpor essa barreira de alguns educadores, a coordenadora dos cursos de TI da Faccat, Débora Engelmann, acredita ser interessante oferecer cursos ou treinamentos específicos relacionados ao uso de tecnologias digitais na prática da sala de aula. “A tecnologia vem evoluindo muito rápido e a educação não tem conseguido acompanhar o ritmo. Muitas vezes os professores nem sabem da existência de certas ferramentas que podem auxiliar muito. Por isso, para incentivar o uso, acredito que o primeiro passo seja investir na capacitação”, pontua.
Gabriella Schorn concorda e reforça a importância do compartilhamento de boas práticas, o que facilita a colaboração entre professores, permitindo que eles compartilhem experiências, estratégias e recursos relacionados ao uso de tecnologia.
Na visão de Victor, que também é professor, a resistência por parte de seus colegas de profissão pode ser devido a dificuldade de monitorar tudo que os alunos criam e fazem na internet. Porém, se fechar para o cenário da utilização da tecnologia é se fechar para o futuro. “Desse modo, é de suma importância utilizar as ferramentas a nosso favor na sala, até para impulsionar a aprendizagem das crianças”, ressalta.
Para ele, é possível começar com práticas simples, que estimulem as crianças a resolverem exercícios ou encontrando soluções para problemas, com formulários. “Criar um roteiro de apresentação e deixar que eles criem suas próprias apresentações utilizando ferramentas digitais ou gerar trabalhos que demandem a gravação de áudio e vídeo para que eles aprendam a divulgar seus conteúdos”, sugere.
Suporte aos professores
Como a instituição escolar é que rege o modo de utilização das tecnologias, cabe ao porta-voz da instituição (direção e coordenação) apresentar os caminhos para o uso das tecnologias em sala de aula e fornecer informações mais específicas, como sugestão para que os professores caminham para esse avanço em sala. É o que aponta o assessor pedagógico da Mind Makers.
Além disso, não pode ser esquecida a infraestrutura que pode auxiliar e muito nesse processo formativo dos professores e alunos. Segundo Victor, é preciso ter espaço com computador, internet acessível para professores e alunos, e prover a utilização desses espaços mesmo fora dos períodos letivos para que todos possam utilizar e viabilizar disciplinas que impulsionam a utilização da tecnologia como auxílio e não como substituto.
Nesta mesma linha de raciocínio, Débora acredita que, além dos treinamentos, a partir do momento que se inclui o uso de tecnologias digitais como parte do dia a dia nas escolas, proporcionar um ambiente tecnologicamente acessível passa a ser uma necessidade.
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