Os benefícios de trabalhar competências socioemocionais no ambiente escolar

Fabiana Santana

Bacharel em Língua Portuguesa e Inglesa pela Universidade Paulista, com especialização em pedagogia pela UNINOVE e pós-graduação em Alfabetização e Letramento pela Fecaf. MBA em Gestão Escolar pela Universidade de São Paulo, atualmente é assessora pedagógica do Programa Líder em Mim, programa de educação socioemocional da SOMOS Educação.

No período escolar, nem sempre as crianças sabem lidar com mudanças e com novidades. A troca de escola, por exemplo, pode desencadear inseguranças e ansiedade, justamente pelo medo do desconhecido. Esses acontecimentos não são casos isolados e podem gerar complicações maiores no futuro. Estudo feito pela Faculdade de Ciências Médicas de Warwick, no Reino Unido, aponta que alunos submetidos a mudanças frequentes de escolas apresentam piores níveis de saúde mental, o que pode aumentar o risco de aparecimento de transtornos mentais na idade adulta.

Entretanto, muitas vezes essas mudanças fogem do controle dos pais. Uma troca de cidade ou dificuldades financeiras são motivos que podem justificar essa decisão. Frente a isso, é importante que a criança ou o jovem sejam preparados, tanto na escola, quanto dentro de casa para compreender a situação e enfrentar essas mudanças da melhor maneira possível. 

É preciso também considerar a atuação da escola no acolhimento de novos alunos antes de realizar a matrícula, optando por instituições que trabalhem habilidades socioemocionais para a preparação desses estudantes. Escolas que entendem a importância de preparar os seus estudantes para momentos de transição são capazes de proporcionar um ambiente seguramente mais estável para todos. 

Com a união de toda a equipe escolar, essas instituições tornam-se ambientes seguros para os novos alunos. Além de campanhas e de estratégias de acolhimento, é importante, também, que exista esse trabalho com os estudantes que já frequentam a escola, sempre estimulando a empatia e as habilidades atreladas ao aspecto socioemocional. Dessa forma, é possível construir relacionamentos saudáveis com seus novos colegas.

Por meio de atividades diversas, instituições de ensino são capazes de desenvolver competências essenciais como a resiliência, o autocontrole, a coragem e a consideração, podendo, assim, auxiliar esses colegas na transição para um novo ciclo. A elaboração de projetos que, ao longo do ano, possam criar uma ponte saudável para esse momento de transição, empoderando toda a classe a se prepararem para atuar nesse processo é essencial. 

Contudo, é importante que esse trabalho não seja restrito apenas às escolas. É dever também da família preparar as crianças para momentos como esse, sempre com muita conversa e consideração, com escuta ativa de modo a compreender as questões dos pequenos. 

Quando existe essa sinergia entre o ambiente escolar e familiar, os estudantes são capazes de encontrar ferramentas eficazes para o desenvolvimento e para o fortalecimento de uma cultura de liderança capaz de unir todos esses elementos. 

Em última análise, a construção de uma sólida base socioemocional no ambiente escolar não apenas equipa os alunos para enfrentar as inevitáveis mudanças da vida, mas também estabelece um elo poderoso entre a escola, a família e os estudantes. Ao promover a empatia, a resiliência e o autocontrole, as instituições de ensino não apenas preparam seus alunos para transições, mas também fomentam relacionamentos saudáveis e duradouros. 

Quando escolas e famílias trabalham em conjunto, criando uma sinergia que valoriza o bem-estar emocional e o desenvolvimento integral, os estudantes são capacitados a se tornarem líderes não apenas de si mesmos, mas também de uma comunidade que valoriza a compreensão, a consideração e a força coletiva. Este é o caminho para um futuro em que as competências socioemocionais se tornam alicerce para uma sociedade mais resiliente e harmoniosa.

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