AVAEC adota escola de São Leopoldo atingida pela enchente

A enchente que transformou rotinas no Rio Grande do Sul,  em maio deste ano, fez com que muitas escolas repensassem suas estruturas e até sua preparação em casos de desastres ambientais. A cidade de São Leopoldo, na região metropolitana de Porto Alegre, foi uma das mais atingidas, com 75% da população afetada por conta da cheia no Rio dos Sinos. Entre as muitas instituições que sofreram com a enchente, está o Colégio Professor Gustavo Schreiber (GUSCH).  Além de contar com a ajuda da comunidade escolar, uma colaboração muito bem-vinda chega da cidade de Veranópolis para auxiliar na limpeza e na reposição de móveis e outros materiais. 

A Academia Veranense de Assistência em Educação e Cultura (AVAEC), sensibilizada com a situação do Colégio GUSCH, que teve prejuízos em salas de aula e também em equipamentos eletrônicos, resolveu transformar o seu tradicional festejo junino em um encontro de solidariedade. 

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“Nossa festa estava marcada para o início do mês de junho e a divulgação deveria começar na metade do mês de maio, período do auge dos problemas com as enchentes. Por isso, nos questionamos, enquanto equipe, o que poderíamos fazer para manter a festa como proposta pedagógica e também ajudar alguma escola que sofreu com as inundações”, lembra Cleciane Moro, diretora geral da AVAEC. 

A saída encontrada foi trazer um diferencial para a tradicional festa, sem perder o engajamento dos alunos. Assim nasceu o São João Fraterno, organizado dentro das dependências da escola e com foco nos alunos dos diferentes níveis de ensino da instituição.

“Convidamos as famílias para adquirirem o Combo Fraterno, que dava direito a uma pescaria, um docinho e um estalinho, e também um Combo Extra, no valor de R$ 20, para auxiliar a escola coirmã”, explica a diretora, que comemora a grande colaboração dos pais e alunos junto à iniciativa. 

Até agora, com a realização das festividades junto aos alunos da Educação Infantil e dos anos iniciais do Ensino Fundamental, a AVAEC já arrecadou cerca de R$ 7 mil, um valor considerado satisfatório para a direção da instituição. 

“Somos uma escola com cerca de 550 alunos e ficamos muito felizes que nossa iniciativa agradou as famílias dos nossos estudantes. Também foi uma forma de fazer com que os alunos entendessem que estavam ajudando crianças de uma outra escola”, avalia Cleciane. 

Para a supervisora de ensino da AVAEC, Jane Lourdes Dal Pai Giugno, a colaboração das famílias também se deve a um projeto realizado com o apoio da Rádio Veranense, que tem abrangência na cidade e também nos municípios da região, que veiculou slogans sobre solidariedade gravados por professores e alunos. 

“Nossos professores também se envolveram. Temos aqui na escola, desde a Educação Infantil, um momento de reflexão, em que o professor trabalha o tema de se colocar no lugar do outro. Nossas crianças vibraram ao verem a oferta do São João Fraterno, pois perceberam que iriam poder comemorar de uma forma diferente e ainda se solidarizaram com outros estudantes”, aponta Jane. 

Para o futuro, a ideia é promover um intercâmbio entre as escolas onde, por meio de chamadas de vídeo, os estudantes possam se conhecer e trocar experiências. Jane também destaca que há o interesse dos professores da AVAEC em realizar discussões e trocas com os colegas do Colégio GUSCH.

“São várias etapas. Ao longo do segundo semestre, temos projetos de realizar estes momentos de interação e seguirmos em contato com nossa escola coirmã. É uma construção que terá várias etapas”, prevê a supervisora. 

O assessor administrativo do Colégio GUSCH, Conrado Schreiber, conta que a comunidade escolar recebeu a notícia da ajuda da AVAEC em um dos momentos mais críticos para a escola. A água, que chegou a atingir 2,80m em um dos prédios, havia baixado e o cenário era chocante.

“Foi difícil pensar como faríamos a recuperação da escola naquele momento. Iniciamos a limpeza e a organização com o apoio dos pais, funcionários e professores. Levamos uma semana para realizar este trabalho. Quando recebemos a ligação da AVAEC, percebemos que não estávamos sozinhos. Ficamos muito felizes com o carinho que nos foi enviado. Só temos que agradecer e pretendemos fazer uma visita para retribuir a ajuda”, informa Conrado.

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