Como ajudar os alunos a desenvolverem pensamento crítico?

O gerente pedagógico e de produtos da BEĨ Educação, Áquila Nogueira, comenta de que forma as escolas podem colaborar para que estudantes busquem por soluções e melhorias nas cidades em que vivem

imagem: Freepik

Áquila Nogueira

Gerente pedagógico e de produtos BEĨ Educação

Nas últimas décadas, a população das cidades vem crescendo no Brasil. Entre 2010 e 2022, mais de 9 milhões de pessoas passaram a habitar concentrações urbanas, segundo o IBGE. Esse aumento traz uma série de desafios que precisam ser discutidos por toda a sociedade, inclusive entre a juventude. 

Nesse sentido, as escolas possuem um papel fundamental no desenvolvimento de uma postura protagonista nos estudantes, que os incentive a buscar melhorias nos espaços urbanos onde vivem. Afinal, muitas vezes é essa parcela da população que mais sofre os problemas da cidade – de acordo com relatório da Rede Nossa São Paulo, quase dois terços dos paulistanos gastam até duas horas se deslocando pela cidade diariamente e essa parcela chega a 71% quando se considera os mais jovens. 

Esse estímulo à formação de pensamento crítico pode ser realizado de diversas maneiras pelas escolas. Além de realizar discussões sobre temas atuais em áreas como Linguagens e Ciências Humanas, uma ideia é incentivar atividades pedagógicas participativas e colaborativas, como os grêmios escolares e eleições de representantes de turma, ensinando a cidadania na prática. Palestras e feiras também podem estimular a responsabilidade e a autonomia dos estudantes.

Além disso, o apoio de materiais didáticos de qualidade é essencial. Com o intuito de discutir com os jovens sua participação em um mundo cada vez mais urbanizado, essas ferramentas devem propor reflexões sobre o papel do cidadão na sociedade, trabalhando questões como desigualdade social, poluição, trânsito e outros assuntos relacionados à urbanização. 

Porém, esse estudo não deve se restringir ao espaço da sala de aula: é preciso convidar o estudante a vivenciar a cidade. Saídas pedagógicas em locais do bairro onde haja separação inadequada de resíduos, por exemplo, podem sensibilizar a turma sobre essa temática específica. Na ocasião, o professor pode atuar como mediador, incentivando que os estudantes façam fotografias e filmagens do local, que servirão como material para uma exposição multimídia na escola. Assim, toda a comunidade escolar pode pensar em possíveis soluções para o problema. 

Tal dinâmica de aprendizagem faz com que o jovem não apenas identifique os problemas das cidades, mas busque soluções para eles. Partindo do mesmo exemplo anterior sobre a questão dos resíduos urbanos, ao se deparar com um ponto de descarte inadequado em sua cidade, um aluno engajado passa a intervir de forma ativa, seja mobilizando seus seguidores em redes sociais ou organizando uma campanha de reciclagem com colegas e moradores da região, engajando mais pessoas.  

Portanto, é essencial que as escolas se proponham a apresentar discussões sobre a vida nas cidades para seus estudantes, visando a formação cidadã. Assim, esses jovens terão cada vez mais consciência de que são parte importante desses espaços e, consequentemente, parcela essencial da construção de cidades melhores. 

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