Habilidades socioemocionais podem contribuir para a resolução de conflitos
Para Konstans Steffen, psicóloga e doutoranda em Psicologia Escolar e Educacional, o desenvolvimento de tais habilidades é essencial para encarar o mundo real
Konstans Franco Steffen
Doutoranda em Psicologia Escolar e Educacional (USP); Mestre em Educação (UFRGS); Especialista em Gestão da Educação: aspectos contemporâneos da Administração, Supervisão e Orientação (PUCRS) e em Psicologia Escolar e Educacional (CFP); Graduada em Psicologia atuando em escola privada há 12 anos.
Era uma vez…um mundo onde todas as pessoas têm superpoderes invisíveis…
Quando pensamos em superpoderes, a imagem que vem à mente pode ser a de heróis voando, levantando prédios ou usando habilidades tecnológicas ultramodernas. Hoje, com o advento da inteligência artificial e dos robôs, essas habilidades parecem mais próximas do que nunca. Mas será que os superpoderes das máquinas conseguem realmente superar os dos humanos?
Imagine o autocontrole como o escudo de um herói, que protege contra algumas reações e evita decisões impulsivas, permitindo que se mantenha a calma e equilíbrio em situações de estresse; a empatia como uma visão de raio laser, que permite ver o mundo pelas lentes dos outros, ajudando a entender como o outro sente e a reconhecer suas necessidades; e a comunicação assertiva como uma espécie de superforça que ajuda a expressar pensamentos e sentimentos de forma clara e respeitosa, sem ferir ninguém ou ceder à pressão.
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As habilidades socioemocionais são como superpoderes invisíveis e desenvolvê-las é como construir um “kit de sobrevivência” para o mundo real. Uma vez que, a vida não é só sobre resolver equações matemáticas ou compreender fenômenos bioquímicos, um grande desafio é saber como reagir quando as coisas não saem como o esperado, como manter a calma diante de uma crítica, como administrar as emoções ou ainda como ouvir de verdade o colega ao lado.
Quem reconhece seus superpoderes e exercita essas habilidades não só enfrenta melhor essas situações, como também cria ambientes mais harmoniosos e colabora para a resolução de conflitos seja na sala de aula, no trabalho ou em casa.
Investir no desenvolvimento de habilidades socioemocionais é investir nas pessoas e consequentemente, na qualidade das relações. A escola precisa ser acolhedora das diferenças, e levando em consideração que somos seres únicos, isso exige muitas customizações, tempo, envolvimento e a vantagem de que todos ganham um espaço pleno de atuação na vida. Mas quem é a escola? São as pessoas que ali estão!
Sendo assim, precisamos todos perceber que essas diferenças de crenças, valores, culturas, impactam diretamente na maneira como as emoções são sentidas e expressadas; que não existe certo ou errado quando se tratam das emoções, até porque, cada um sente de um jeito, mas que alguns comportamentos é que precisam ser modificados para serem mais assertivos nas relações, e embora algumas pessoas não reconheçam suas emoções, isso não significa que não as experimentem; que um diálogo não é apenas um espaço para que ambos falem suas percepções, suas “verdades” e sim, que aconteça um acordo de valores, em que ambos os lados precisam ceder em alguma medida. Compreender que esse conjunto de habilidades ajuda a resolver problemas complexos, cultivar relações saudáveis e em lidar com os altos e baixos da vida com sabedoria e mais leveza.
É quase como se a sociedade ganhasse uma atualização para uma versão mais conectada, embora a inteligência artificial e os robôs tenham habilidades impressionantes e possam processar informações em uma velocidade incomparável, a verdadeira conexão está nos superpoderes humanos e que não podem ser programados: sentimentos, valores, ética. Somos o que fazemos, o que sentimos e como nos expressamos.
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