Crianças vão precisar desenvolver Pensamento Computacional nas escolas
Co-fundadora da UpMat Educacional, Cristina Diaz, acredita que as instituições precisam entender como as novas tecnologias podem ser utilizadas em sala de aula
Cristina Diaz
Co-Fundadora e Sócia da UpMat Educacional desde 2018. Advogada de formação, entrou na Educação em 2009 com o objetivo e a vontade de fazer com que todos tivessem acesso a uma educação de qualidade. Desde então, realizou avaliações institucionais de escolas, produção de conteúdos educacionais para vários suportes e co-fundou uma rede de escolas em São Paulo. Participou da criação da UpMat em 2018 pois viu uma grande oportunidade de fazer o que sabia de melhor. Entregar educação de qualidade de maneira acessível e escalável.
A computação está presente em todos os lugares, alterando o modo de trabalho, os meios de colaboração e até o consumo das pessoas. E, entre as habilidades requeridas para a contemporaneidade, o Pensamento Computacional (PC) deve ser considerado como uma fundamental, com necessidade de acesso garantido aos alunos.
Ao redor do mundo os sistemas educacionais começam a reconhecer a importância de abordar os elementos básicos da computação dentro da escola. O tema vem se aquecendo à medida em que entendemos a importância desses elementos para criar soluções mais rápidas e eficazes para vários dos nossos problemas cotidianos. Ao trabalhar habilidades, como lógica e algoritmos, estamos colocando os alunos na rota para um ensino mais alinhado com as demandas do futuro.
No entanto, qual o papel da escola em meio a tudo isso? A principal função das instituições educacionais é o de ajudar os estudantes a entender como as novas tecnologias podem ser bem utilizadas, preparando cidadãos digitais capazes de navegar e construir as tecnologias que virão. Dentro desse contexto, estão as IAs (inteligências artificiais) que vêm suscitando debates na Educação.
Tendo em vista esse cenário, é possível trabalhar o Pensamento Computacional nas escolas de várias formas, inclusive de maneira desplugada. Considerando os desafios de infraestrutura que o Brasil enfrenta na Educação, essa talvez seja a chance de fazer com que o país se torne referência no ensino de computação nas escolas.
O Pensamento Computacional busca empregar estratégias e processos de pensamento para criar, entender e resolver problemas de modo a aproveitar os métodos tecnológicos para desenvolver e testar soluções. Esse conhecimento pode auxiliar no desenvolvimento de várias habilidades. Exemplos de temas super atuais que podem ser trabalhados com ajuda do Pensamento Computacional são: criptografia, organização de dados, montagem de sequências, escolha de percursos e trajetos, machine learning e tantos outros.
O PC trabalha a partir de habilidades transversais e de situações-problema que costumam ter contato com situações reais do cotidiano e com assuntos trabalhados em várias disciplinas. As habilidades do Pensamento Computacional são decomposição, abstração, pensamento algorítmico, reconhecimento de padrões e avaliação. Um exemplo claro da aplicação dele é o conhecido “jogo da velha”. A brincadeira traz um algoritmo de preenchimento para o quadriculado e vai trabalhando de forma lúdica, na qual as crianças, ao final, são capazes de identificar se o jogo foi feito corretamente ou não.
A habilidade também pode ser trabalhada dentro do contexto das linguagens e da História, por exemplo. Para garantir a segurança de uma mensagem, é possível codificar o seu texto. Hoje, temos recursos sofisticados para isso dentro da criptografia, mas essa é uma prática bastante antiga, que, inclusive, foi usada pelo imperador romano Júlio César para enviar mensagens aos seus generais, trocando cada letra do alfabeto por uma letra algumas posições adiante, com isso as mensagens eram sempre um enigma.
Com isso, o PC pode ser inserido em questões e em atividades que estejam ao alcance de todos em sala de aula, com a ajuda de um professor. Existem várias formas possíveis de avaliar o desempenho dos alunos a partir deste conteúdo, uma delas refere-se à avaliação que temos hoje, inclusive prevista na Base Nacional Curricular Comum, que é a avaliação por habilidades e competências.
Mais do que avaliar conteúdos específicos, a avaliação por habilidades e competências desempenha um papel fundamental no processo de ensino e aprendizagem dos alunos. E se for formativa, ou seja, com feedbacks ao longo do percurso educacional, seria ainda melhor.
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