O 5G pode transformar definitivamente a maneira de estudar

Marcos Ferrari, presidente-executivo da Conexis Brasil Digital, entidade que reúne as empresas de telecomunicações e de conectividade, avalia que a nova tecnologia tem o potencial de causar uma verdadeira transformação no setor de ensino

imagem: AdobeStock

Marcos Ferrari

Presidente-executivo da Conexis Brasil Digital. É doutor em Economia pelo Instituto de Economia Industrial da UFRJ e foi diretor de Infraestrutura e Governo do BNDES. Foi também secretário de Assuntos Econômicos do Ministério do Planejamento, de 2016 a 2018, e anteriormente chefe da Assessoria Econômica do Ministério do Planejamento e secretário adjunto de Política Econômica do Ministério da Fazenda. Exerceu o papel de presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Espírito Santo.

Quando candidatos políticos apresentam seus planos para o futuro do Brasil, invariavelmente discorrem sobre o setor historicamente considerado como a principal alavanca para o desenvolvimento humano e econômico. Não é por menos. A educação no Brasil ainda não pode ser considerada uma referência mundial. O país ocupa hoje a 54ª posição entre os 65 países avaliados pelo PISA (Programa Internacional de Avaliação de Alunos, realizado pela OCDE).

Ainda assim, é possível encontrar diversos exemplos de sucesso, sobretudo em instituições que procuram se manter atualizadas, adotando práticas modernas de gestão e, também, dentro da sala de aula. Pois o conceito de modernidade está ganhando contornos cada vez mais abrangentes no mercado brasileiro. 

A chegada do 5G tem o potencial de causar uma verdadeira transformação no setor de ensino. O primeiro ponto a se destacar é o fato de Porto Alegre possuir uma legislação considerada modelo para instalação de antenas. A nova geração de transmissão de dados requer muito mais antenas que o 4G e a praticidade para implantação da infraestrutura é fundamental para uma boa conectividade. 

Os casos de uso são inúmeros. Um deles é o uso das realidades aumentada e virtual nas salas de aula, capazes de simular com perfeição uma visita ao Museu do Louvre em uma aula de história da arte, por exemplo, e estudantes de ciências biológicas poderão estudar os órgãos humanos com grande precisão. É possível prever uma enorme gama de possibilidades por meio da Internet das Coisas (IoT, da sigla em inglês), incluindo a robótica. 

São avanços que estimulam experiências imersivas e interativas em uma intensidade sem precedentes. Novos métodos capazes de aguçar aspectos sensoriais e estimular o desenvolvimento de habilidades condizentes com um novo mundo multiconectado. Os avanços também serão notados nas atividades de ensino a distância, que contarão com uma rede muito mais estável e veloz. Trata-se de um caminho para potencializar e democratizar o acesso à educação.

Importante notar que a efetividade da transformação no setor passa necessariamente por um novo programa estruturado de educação, que vai muito além de simplesmente levar internet para as escolas e universidades. É preciso que os professores, os métodos didáticos, as instalações físicas, entre tantos outros componentes, estejam aptos e qualificados para fazer o melhor uso da tecnologia. Importante também haver investimentos em pesquisa e desenvolvimento das novas soluções habilitadas pela recém-chegada tecnologia. 

A história do 5G na educação está começando e as possibilidades são inimagináveis. Em breve, poderemos afirmar que estudar nunca foi tão tecnológico e interessante. 

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