Quando as tendências tecnológicas viram cotidiano nas escolas?

Temos que seguir uma política já estabelecida para o acompanhamento dos alunos nesta trilha. Entender quando e como ajudar, monitorar ou deixar o aluno independente é fundamental



Eduardo Campos Pellanda
Professor e pesquisador da PUCRS

Os últimos 10 anos foram intensos na tecnologia da informação. Depois da consolidação do smartphone como a principal forma de acesso à internet, tivemos a economia baseada em apps (Uber, Airbnb ou iFood), a expansão da Internet das Coisas (em Inglês chamada IoT – Internet of Things) e, agora, o Metaverso.

Somando a isso sistemas de conexão por satélites de baixa órbita como o Starlink, do magnata Elon Musk, temos um ambiente potencial de internet banda larga em qualquer parte do Planeta. Temos, então, o cenário que estudamos há algum tempo: o de ubiquidade informacional, com todos os efeitos e meta efeitos que isso possa causar.

Nenhuma tecnologia é neutra. Dito isto, temos que seguir uma política já estabelecida para o acompanhamento dos alunos nesta trilha. Entender quando e como ajudar, monitorar ou deixar o aluno independente é fundamental. Principalmente criar uma relação de aprendizagem conjunta professor/aluno para que apareçam questões éticas, de segurança ou sociais na sala de aula. 

O Metaverso, por exemplo, não está longe do presente. Já temos ferramentas fáceis de usar e gratuitas como o Mozilla Hubs, que permitem que os professores e alunos possam criar e experimentar este novo mundo. Acho que a escola pode buscar conexão com os currículos para entender como o Metaverso entra em uma metodologia de engajamento do aluno com o conteúdo.  A simulação e a conexão são os dois pontos-chave aqui. No primeiro item, imagino que podemos simular lugares que expandem o universo da escola. Como colocar os alunos dentro da Biblioteca de Alexandria, por exemplo. Na questão da conexão, acho que podemos explorar novas formas de ensino remoto e também pontes com alunos de outras escolas. O Metaverso deve possibilitar um outro tipo de imersão quando comparamos com ferramentas de conversação como o Zoom ou Teams.

Tudo o que passamos de adaptações de forma de trabalho durante a pandemia de Covid-19 imagino que seriam mais suavizadas se já tivéssemos sistemas de Metaverso em operação. Diversos tipos de conexões poderiam ter sido estabelecidas neste novo ambiente. Assim como em fases passadas de desenvolvimento da internet, como web ou mobile, o contexto das tecnologias que formam o Metaverso tem um potencial grande de impacto na educação. É uma nova forma de contar histórias e de interagir entre os ambientes real e virtual. Mas, reforçando, independentemente da tecnologia, penso que a escola tem que estar um passo à frente e não esperando tendências virarem passado, para só então adotar com os alunos. 

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