IA Generativas e outras tecnologias em prol de um Ensino Significativo

Prof. Dr. Wagner Sanchez
Pró-reitor Acadêmico do Centro Universitário FIAP, Professor, Escritor e Pesquisador. Entusiasta e otimista em relação à transformação digital da educação. Doutor e Mestre em Engenharia Biomédica, especialista em Inteligência Artificial, psicopedagogo pela PUC, pós-graduado em Engenharia de Software, bacharel em Análise de Sistemas. Formação em Leadership & Innovation pelo MIT – Massachusetts Institute of Technology e também no Entrepreneurship Program, na Babson College. Mais de 25 anos de experiência em docência e consultoria nas áreas de tecnologia, inovação e educação. Autor da primeira coleção digital cognitiva voltada à educação maker e o desenvolvimento do pensamento computacional para alunos do ensino fundamental, além de mais de 8 livros nas áreas de inovação, gestão, tecnologia e educação.

Vamos começar nossa conversa definindo Inteligência Artificial Generativa. Trata-se de uma evolução da inteligência artificial que já conhecíamos e experimentávamos em diversas aplicações. Como o próprio nome sugere, a IA Generativa não apenas replica, mas gera, produz e cria conteúdo. Estes novos sistemas cognitivos têm a incrível capacidade de aprender padrões a partir de conjuntos de dados e, em seguida, gerar instâncias novas que se assemelham ao que aprenderam.

Um exemplo bastante popular atualmente é uma aplicação que utiliza algoritmos de Inteligência Artificial Generativa, como o Chat GPT (Generative Pre-trained Transformer), desenvolvido pela OpenAI. Neste contexto, trata-se de um modelo de linguagem capaz de gerar textos coerentes e contextualmente relevantes.

À medida que essas soluções cognitivas se integram a um mundo em constante transformação, percebemos que o pensamento linear já não é mais suficiente. Para nós, educadores, é fundamental conscientizarmo-nos de que a IA generativa e outras tecnologias exponenciais já fazem parte do cotidiano de nossos alunos e, consequentemente, do ambiente escolar.

É importante entender que as tecnologias devem ser nossas aliadas para entregarmos um ensino mais prazeroso, significativo e útil para a vida do estudante no momento atual. Vale ressaltar também que as tecnologias, como a IA generativa, devem ser nossas auxiliares e nunca nossas chefes.

Eu acredito que o futuro precisa ser mais do que inteligente: ele precisa ter um propósito. Nós, educadores, precisamos buscar a transformação da vida das pessoas por meio da educação, da tecnologia, da inovação e da humanidade, com as tecnologias sendo uma grande ferramenta em nossas mãos.

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Quando as IAs generativas surgiram no final do ano passado, reuni-me com meus professores e coloquei a eles que tínhamos duas opções. A primeira seria banir a IA generativa de nossas aulas, de nossa escola, enfim, proibir o uso da tecnologia no dia a dia acadêmico. A segunda opção seria entender a nova tecnologia e usá-la como impulsionadora do aprendizado.

Depois de muitas discussões, é óbvio que optamos pela segunda opção, assim como todas as outras tecnologias que surgiram. Isto porque as disrupções tecnológicas são inevitáveis e vão continuar acontecendo cada vez com mais frequência.

Mas afinal, como a IA generativa pode nos ajudar em nossas aulas?

Aqui estão alguns pontos nos quais a IA pode ser uma grande auxiliar na educação de nossos jovens, facilitando a implementação das tão sonhadas metodologias ativas, tais como o Challenge Based Learning, trazendo conceitos educacionais essenciais para a prática, como:

Agile learning: Significa aprendizado ágil, em tradução literal. Jovens clamam por um aprendizado ágil, que faça sentido rapidamente, que a “história” termine logo para que eles possam utilizar imediatamente o que foi aprendido. Tudo isso para que um aprendizado significativo surja, muito semelhante às séries que tanto fazem sucesso entre os alunos.

Learn for real: Este conceito é o de que tudo que se deve aprender tem que ser com base na vida real. Os conceitos precisam ter aplicação prática no cotidiano. O importante é aprender para a vida, para ser mais feliz, para aproveitar mais o tempo, para correr menos risco.

Learning to do: Na mesma linha do “learn for real”, este conceito é o de aprender para fazer. Implementar o aprendizado em algo concreto que possa se transformar em tangível impulsiona o aprendizado e traz significado em aprender.

Reflective learning: A aprendizagem reflexiva é o modelo de educação no qual o aluno reflete sobre suas experiências de aprendizagem. Parte do pressuposto de que o processo de aprendizagem seja registrado para que as reflexões possam ser feitas durante e após as experiências.

Learning with cause: Quer mais que uma causa para movimentar garotos, garotas, meninos e meninas? Causas justas e verdadeiras movimentam exércitos de pessoas, mais ainda quando falamos de jovens. O aprendizado baseado em uma causa nobre pode transformar alunos desinteressados em verdadeiros embaixadores do conhecimento.

Adaptive learning: O grande objetivo da aprendizagem adaptativa é entregar experiências de aprendizagem personalizadas que atendem às necessidades únicas de cada aluno. Isso é feito por meio de feedback, recursos tecnológicos, atendimentos personalizados, desafios, storytelling (narração de histórias) e demais recursos educacionais. Em vez de fornecer uma experiência de aprendizado única para todos, a aprendizagem adaptativa se amolda às necessidades individuais.

Em todos esses conceitos, a tecnologia entra como um grande diferencial. Podemos ter sistemas que podem “aprender” com o comportamento dos alunos e, a partir daí, selecionar as melhores experiências para cada um de nossos educadores.

Podemos conseguir implementar a tão sonhada personalização do aprendizado, feedbacks instantâneos, realidade virtual e realidade aumentada em nossas aulas, além de colaboração on-line envolvendo alunos do mundo todo e tantos outros aprimoramentos fundamentais para que as novas gerações encontrem na escola um local atraente.

Todos esses “improvements” só podem ser conseguidos com a utilização das tecnologias que estão disponíveis para nós, educadores, para que possamos ser ainda mais eficientes como professores das novas gerações.

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