Desafios para implementação da Política Nacional de Educação Digital
Especialista em computação explica como a PNED vai se dar a partir deste ano e como as escolas devem se preparar
Daniel Carlos de Freitas
Assessor pedagógico da Mind Makers. Graduado em Licenciatura em Computação no Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro IFTM – Campus Uberlândia Centro. Tem experiência na área de Ciência da Computação, com ênfase em Metodologia e Técnicas de Ensino da Computação na Educação Básica.
Com a constante transformação digital, mudanças e inovações na sociedade e dentro da sala de aula são inevitáveis, assim como nas leis e normas que regem a Educação Básica em nosso país. A Política Nacional de Educação Digital (PNED), sancionada em janeiro do ano passado, é um exemplo deste caminho e da importância que a tecnologia tem em nosso dia a dia, seja para desenvolver um pensamento criativo ou para capacitação em um mercado de trabalho cada vez mais dinâmico e volátil.
A PNED prevê a adoção da computação na educação para 2024 em âmbito nacional e a aplicação deste pensamento nas salas de aulas, isso envolve não só o uso de ferramentas tecnológicas, como o aprendizado do mundo virtual de forma interdisciplinar. Outros documentos normativos, como Resolução CEB 01/2022 e o Parecer CNE/CEB nº 2/2022, tratam da computação como componente curricular na Educação Básica e juntos com esta nova política pública, que passa a vigorar no próximo ano, devem mudar de forma positiva o ensino e aplicação da educação digital.
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Hoje em dia é difícil executar uma simples tarefa como marcar um atendimento médico ou então concluir uma compra sem o uso de uma tecnologia. Muitos jovens, não sabem o conceito de uma sociedade analógica, porque já nasceram experimentando novas tecnologias diariamente. Portanto, é impossível realizar uma educação desvinculada desse cenário. Por isso, a implementação de disciplinas atreladas ao mundo virtual nas escolas é essencial. A PNED implica na elaboração de propostas de disciplinas curriculares atreladas à computação e à programação em todos os eixos da Educação Básica.
Sabemos que nem todas as instituições de ensino estão preparadas para este novo olhar e, portanto, precisarão, por exemplo, reestruturar sua metodologia, investir em uma infraestrutura de ponta e contratar profissionais alinhados com a proposta das novas disciplinas. A principal dificuldade está no processo de elaboração de um currículo adequado, que discorra sobre essas novas habilidades para a fácil compreensão dos alunos, abrangendo inclusive aqueles que não têm nenhum grau de letramento digital. Para isso, a escola deve contar com o apoio de profissionais especialistas e equipamentos eletrônicos adequados para o estímulo dessas competências. Aparelhos de qualidade, como computadores, tablets e acesso à internet de alta velocidade tornam-se, assim, prioridade.
Frente ao cenário atual, com os constantes avanços tecnológicos, é de extrema importância que a educação se mantenha atualizada. Para isso, a formação contínua dos educadores é indispensável. A contratação de professores especialistas e exclusivos é fundamental para que os alunos possam desenvolver essas habilidades e não apenas utilizar as tecnologias de forma passiva sem entender os fundamentos científicos nela contidos.
Por meio de projetos e atividades que apliquem tecnologias digitais diversas, pode-se estimular nos estudantes competências indispensáveis no mundo contemporâneo para desenvolverem senso crítico e estarem alinhados às demandas do futuro, como, por exemplo, a compreensão de Inteligências Artificiais, sabendo como utilizá-la, seus benefícios e seus pontos sensíveis e éticos (temas que serão cada vez mais debatidos nos próximos anos).
É necessário que a educação esteja alinhada às exigências de um novo mundo. Para que a educação digital faça, de fato, parte do currículo escolar moderno é preciso que todos invistam nessa realidade.
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