Estratégias digitais são aliadas na captação de alunos

Abordagem correta nas redes sociais e ranqueamento em sites de busca são cruciais para o sucesso da campanha; confira dicas de especialistas

por: Pedro Pereira | pedro@padrinhoconteudo.com
imagem: AdobeStock

O mundo digital vem mudando o mundo em velocidade exponencial, que é como a tecnologia se desenvolve. Mas essas mudanças atravessam de tal forma o dia a dia que muitas vezes nem percebemos o quanto somos impactados pelas novas ferramentas, especialmente de comunicação. A necessidade de respostas rápidas e certeiras é um desses impactos – e compreendê-lo pode ser decisivo na estratégia de captação de alunos.

Primeiro, é importante entender por que as estratégias digitais estão tomando essa proporção. Se a visita à instituição costuma ser o ponto decisivo para a tomada de decisão, ela também se tornou um passo final no processo de escolha. Tudo começa por uma busca como a que se faz para absolutamente qualquer coisa na vida, hoje: na internet. Se não aparecer e deixar uma boa impressão, esqueça a visita.

Redes sociais

As principais plataformas de interação são o Facebook e o Instagram. É quase dispensável falar sobre a importância de mantê-los atualizados. Mas o cuidado que poucas instituições tomam é o de criar conteúdos independentes, de acordo com o perfil de cada rede. “Quando está tudo igual, para que seguir mais de um? Criar coisas diferentes torna tudo mais estratégico. A persona pode acompanhar o que acontece em cada um”, explica a professora do curso de marketing educacional da ESPM e CEO da Agência Bear, Andrea Tavares.

O Facebook tem uma característica interessante porque conversa com um público de faixa etária maior, acima de 35 anos, alcançando pais e mães que, inclusive, possam ter estudado na escola e mantenham contato por ali. Postagens sobre a história, lembranças de momentos marcantes, tudo isso tem espaço. Mas sem exagero. Andrea observa que muitas instituições usam como um repositório de fotos, mas não pode ser tratado assim. 

O certo é selecionar as melhores, colocar em cada postagem ou álbum e convidar as pessoas para verem as outras no site, aumentando o tráfego para que o Google entenda que aquela página é bastante requisitada e dê prioridade quando as pessoas fizerem buscas. Essa estratégia entra na parte de SEO (veja mais abaixo). 

Entregar um conteúdo dá mais legitimidade, torna o consumo da informação mais prazeroso e, de quebra, confere autoridade para que a instituição assegure ser uma boa escolha. “Em campanha de matrícula e rematrícula, deve-se divulgar também o que a escola faz e produz. Não ficar apenas no ‘matrículas abertas’. Pode-se produzir artigos falando sobre projeto pedagógico e, ao fim, citar as matrículas”, sugere Andrea.

Já o LinkedIn, por incrível que possa parecer, também tem espaço nesse processo. Ainda que façam mais sentido no caso de universidades, também é onde se encontram muitos ex-alunos e demais pais e mães preocupados em matricular os filhos em uma boa escola. Neste caso, o conteúdo precisa ser mais direcionado. E-books, apresentações e artigos são boas pedidas. Outra dica é envolver professores, gestores e alunos nessa produção, para gerar credibilidade e engajamento, evidenciando a qualidade do ensino.

Inteligência artificial

A inteligência artificial (IA) entrou de forma profunda no setor educacional. Se recentemente o ChatGPT causou furor, no marketing a IA já não é novidade há algum tempo. Ferramentas como o Google Analytics já utilizam regras de IA, com algoritmos cada vez mais robustos e independentes. 

“Não se deve ter medo de utilizar o ChatGPT, mas fazê-lo de forma consciente. Pode-se usar para construção de conteúdos ou criação de campanhas. Às vezes a gente está em dúvida sobre um slogan, unir palavras-chaves, fazer um brainstorm, e ele se torna uma pessoa a mais. Mas o importante é ter consciência e sempre revisar esse conteúdo, inclusive quanto à veracidade”, alerta Andrea.

A principal é o próprio ChatGPT, mas Google Analytics e Google Trends, por exemplo, são outros exemplos de plataformas que ajudam a definir e implementar uma boa estratégia de alcance de quem toma a decisão sobre uma matrícula ou rematrícula. Eles ajudam a monitorar o comportamento de algumas tags, ou seja, o quanto determinados assuntos estão sendo buscados e como isso pode aparecer no site e nas redes da instituição, para que o público venha e goste do que vê.

O metaverso também é uma tendência, inclusive com instituições criando o próprio avatar. Algumas promovem campanhas de matrícula ou vestibular por meio da interação do próprio avatar com a representação dos estudantes. Tendo o próprio avatar é possível até mesmo criar seu próprio metaverso. Outra opção é utilizar um já existente, como o Minecraft, bastante usado em práticas pedagógicas.

Leia também: 
>> O que o metaverso tem a ver com o Marketing Educacional?
>> Como o geomarketing pode aumentar o número de matrículas

SEO

Sigla derivada do inglês para Search Engine Optimization (otimização de mecanismos de busca), o SEO consiste na estratégia para estar entre os primeiros resultados nos sites de busca – em especial o Google, obviamente. Esses mecanismos contam com robôs – mais uma vez a inteligência artificial – que rastreiam e filtram todos os textos encontrados nos sites, organizando e disponibilizando, em frações de segundo, o que consideram mais relevante para cada busca feita por uma pessoa.

Esse rastreio é feito periodicamente, a fim de verificar quais sites se mantêm mais atualizados. Portanto, uma campanha de SEO depende da produção constante de conteúdos, que levem em conta os assuntos mais buscados e, ao mesmo tempo, que façam mais sentido na relação entre a instituição e quem está fazendo a busca.

“O principal ponto é o planejamento. Dentro dele, conseguimos entender quem somos e como as pessoas nos enxergam, a nossa reputação. Tudo parte do nosso posicionamento de mercado”, explica o head de marketing da Redator Hacker, André Roca.

No caso das escolas, por exemplo, é fundamental que o raio de atuação seja observado. Não traz resultado ser relevante em outra cidade, ou mesmo fora do Estado. Ao pesquisar a melhor escola, o Google vai entregar esse resultado, mas se o site da instituição não tem conteúdos que façam referência à região onde atua, aumenta a chance de aparecer em locais sem relação com ela. 

“É preciso construir um texto que vá responder às perguntas da busca. Se for ‘qual a melhor escola?’, não adianta dizer que uma é a melhor da cidade se ela não é, por índices de avaliação. Mas se pode orientar, no sentido de fazer um ranking real, construir em cima disso, e em algum momento vender que a escola é boa, que tem um projeto pedagógico interessante, que merece ser conhecido”, exemplifica Roca.

Constância

Os resultados do SEO não costumam ser imediatos. Em média, as estratégias começam a dar retorno entre 6 e 9 meses depois de implementadas, embora possa acontecer antes disso. O segredo está na publicação constante de conteúdos em texto. Embora os robôs rastreiem também as páginas fixas, como de contato ou apresentação, são os sites com atualização mais frequente que aparecem primeiro.

Ao mesmo tempo que o tráfego aumenta, é fundamental compreender de que forma ele se dá e o quanto é convertido em matrículas efetivadas. Se o Google Analytics aponta média semanal de 10 visitas e salta para 200, ele também ajuda a entender por quanto tempo cada visitante permaneceu no site, em que páginas se deteve, se clicou para fazer contato pelo WhatsApp ou e-mail. A equipe também precisa estar informada sobre quantos dos que chegam para uma visita à escola o fazem por terem visto o conteúdo na internet.

Entre os erros mais comuns, está o de a instituição escrever para um público que não é o seu. O exemplo geográfico é o mais comum, se tornando relevante em regiões cujos alunos não têm a condição logística de frequentar aquela escola. É tentador falar sobre assuntos que estão em alta, para ter mais audiência, mas se isso não resultar em novos alunos, pouco adiantará. “Aumenta a audiência, mas quase nunca vai fechar algum tipo de negócio. O projeto tem que focar em um público quente, de pessoas que precisam ou querem algo relacionado ao que a instituição oferece”, defende Roca.

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