Escola Técnica Cristo Redentor lança Ensino Médio inovador

O ensino técnico vive um momento de crescimento na educação brasileira. O Censo Escolar 2023, divulgado pelo Ministério da Educação (MEC), mostrou que a educação profissional e tecnológica (EPT) foi a modalidade de ensino que mais cresceu na Educação Básica do país.

Entre 2022 e 2023, as matrículas nesta modalidade cresceram 12,1% em um ano, passando de 2,1 milhões para 2,4 milhões. Esse avanço reforça a importância da formação técnica na educação brasileira. Outra possibilidade de educação profissional, além da formação técnica realizada em paralelo ou após os estudos, é o Ensino Médio Integrado a cursos técnicos, modelo que a Escola Técnica Cristo Redentor (ETCR), de Porto Alegre, passa a oferecer a partir deste ano.

Com 28 anos de experiência na educação profissional, a instituição apresenta uma proposta inovadora com foco no autoconhecimento e na experimentação dos estudantes, possibilitando uma escolha mais assertiva entre os sete cursos oferecidos: Enfermagem, Nutrição, Química, Edificações, Administração, Publicidade e Informática.

Carlos Milioli, diretor da ETCR, explica que os alunos terão a Formação Geral Básica seguindo os objetivos da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), em conjunto com disciplinas voltadas para Projeto de Vida e eletivas de áreas variadas nos dois primeiros anos do Ensino Médio. A escolha do curso técnico acontece apenas no terceiro ano, o que é uma inovação comparado aos modelos de cursos técnicos tradicionais.

E é neste momento em que, segundo Milioli, os alunos já vão estar  mais maduros após uma série de palestras com profissionais e outras formas de contato com as áreas das formações oferecidas pela escola. “Tem amplas pesquisas no mercado apontando que o salário médio do jovem com um curso técnico é 32% maior do que o de jovens sem esta formação”, lembra o diretor. 

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Além de garantir uma melhor colocação no mercado de trabalho, realizar um Ensino Médio Integrado a uma formação técnica também pode garantir benefícios na continuidade dos estudos. Para muitas famílias, de acordo com Milioli, um curso técnico é uma etapa intermediária para o ingresso no Ensino Superior. “Sem dúvida, um jovem que chega em uma graduação após ter passado por um curso técnico será um estudante que vai aproveitar melhor o bacharelado. Não apenas por já ter uma formação, mas por já estar inserido no mercado e conhecer questões mais práticas da profissão”, aponta. 

Acolher as famílias dos alunos para que participem do processo de decisão dos jovens também é outro diferencial do Ensino Médio Integrado da ETCR. Proporcionar um diálogo aberto e que aposta na autonomia dos estudantes é uma das marcas da escola e que se estende para pais e responsáveis, que muitas vezes trazem anseios diversos. “Em entrevista recente, o empresário Jorge Gerdau afirmou que todos os estudantes de Ensino Médio deveriam integrar sua formação a um curso técnico. Na Alemanha, praticamente 70% das matrículas são em projetos de Ensino Médio Integrado. Isso mostra como essa modalidade contribui para o desenvolvimento do mercado de trabalho, profissional, pessoal e financeiro das pessoas”, conclui Milioli. 

Preparação docente

Para receber os estudantes para o Ensino Médio Integrado, a equipe de professores da ETCR prepara um acolhimento focado na diversidade. O professor e coordenador pedagógico Fernando Michel explica que uma das culturas da escola é a valorização de educadores com experiência prática. “Eu comecei na escola como professor de anatomia no curso técnico de Enfermagem trazendo a minha bagagem e apresentando situações do cotidiano da profissão. Como a formação técnica tem uma duração mais curta que uma graduação, precisamos ser claros e diretos para que nosso aluno saia daqui pronto para atuar no mercado”, lembra. 

Com o desafio de orientar jovens com uma pluralidade de objetivos, a ETCR se vale de sua experiência para compreender as particularidades de cada estudante e poder orientá-lo para uma escolha profissional mais assertiva. Além de palestras e feiras de profissões, a escola também orienta seus professores a trazerem o máximo de suas vivências como profissionais para dentro da sala de aula. “Mais que teoria, nossos professores trazem problemas reais para instigar os alunos a encontrarem soluções inteligentes. Isso colabora para a formação de um profissional ainda mais competente e preparado para atuar com precisão, mesmo ainda jovem”, explica Fernando. 

Diante de uma geração com grande acesso à informação, proporcionar um tempo para pensar sobre si e entender qual é a sua missão no mundo também está no radar da ETCR. A disciplina de Projeto de Vida, incluída na reformulação do Ensino Médio tradicional, ganha uma importância extra dentro da modalidade integrada com a educação técnica.

Proporcionar ao aluno momentos para entender suas aptidões e talentos, juntamente com informações sobre as mudanças do mundo do trabalho trazem engajamento e uma oportunidade de autoconhecimento que colabora não apenas para a vida profissional. “Depois de um primeiro ano descobrindo as áreas mais atraentes para ele, o nosso aluno chega em um momento de entender o que pode fazer com essas preferências. Na disciplina de Projeto de Vida, é ele que vai norteando a sua própria história, mediada pelo professor para, na transição do segundo para o terceiro ano, optar por qual formação técnica irá seguir”, orienta o professor.

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