Como os jogos podem ajudar na Educação Infantil

Para professoras do Colégio Marista Rosário os jogos têm importância significativa para o desenvolvimento de crianças

imagem: Freepik

Glauce C. P. Bencke 
Coord. Pedagógica da Ed. Infantil do Colégio Marista Rosário

Patrícia Cavedini
Prof. de Tecnologias da Ed. Infantil do Colégio Marista Rosário

Cada vez mais o brincar vem sendo entendido como um processo importante para o desenvolvimento das crianças, pois está inserido em um sistema social, sendo portador de significados que remetem a elementos do real e do imaginário. O brincar requer uma condição fundamental, que é a criança ser protagonista, onde ela precisa de liberdade para viver essa experiência. 

Certos autores utilizam o termo jogo para mencionar o brincar, significando que o brincar pertence aos primeiros movimentos da infância até as atividades mais complexas. Negrine (1994, p.8), define: o jogo é uma “[…] atividade espontânea e exploratória que a criança utiliza na sua relação com o mundo que a rodeia e nas suas relações”. 

Nesse contexto, a Educação Infantil do Marista Rosário, acredita que a brincadeira é, para a criança, um dos principais meios de expressão que possibilita a investigação e a curiosidade sobre as pessoas e sobre o mundo. Da mesma forma, os jogos têm uma importância significativa para as aprendizagens e para o desenvolvimento social das crianças, porque para elas a brincadeira faz parte do seu cotidiano. Em 2022, o projeto “Educação Infantil e Minecraft: O protagonismo e a brincadeira na construção de conhecimentos” do colégio levou o troféu de bronze na categoria Estudante Protagonista do Prêmio Inovação SINEPE/RS 2022.

Muitos jogos são projetados para serem explorados em grupo, promovendo a colaboração e a interação social, o que auxilia no desenvolvimento de habilidades como trabalho em equipe, comunicação e respeito mútuo. Além disso, alguns jogos podem abordar temas emocionais, ensinando as crianças a lidarem com diferentes sentimentos e a desenvolver a empatia.

Durante as brincadeiras e os jogos as crianças podem desenvolver capacidades importantes, como atenção, imitação, memória e imaginação. Além de capacidades de socialização, por meio da interação e da utilização e experimentação de regras e papéis sociais.

Os jogos são naturalmente envolventes e divertidos, sejam analógicos ou digitais, que ajudam a manter as crianças entusiasmadas e interessadas, oferecendo a elas uma abordagem interativa de aprendizado, permitindo que experimentem conceitos de forma prática. Eles podem explorar, levantar e testar hipóteses, solucionar problemas e tomar decisões, promovendo uma compreensão mais ampla dos temas abordados. 

Os jogos envolvem estratégias, desenvolvimento de roteiros, design, programação e tantas outras potencialidades que motivam os estudantes na construção de seu conhecimento.

A utilização da linguagem e da lógica nos jogos plugados e desplugados, em sala de aula desde a Educação Infantil, faz parte das metodologias ativas previstas na Base Nacional Comum Curricular (BNCC, 2018). Assim, o estudante é visto como um ser protagonista e ativo em seu processo de aprendizagem, que favorece a imaginação, a observação e a tomada de decisões a partir da experimentação e exploração de novos saberes, bem como, viabiliza o desenvolvimento de habilidades afetivas, cognitivas, psicomotoras e sociais.

Considerando o jogo ou a brincadeira como fundamentais para o desenvolvimento integral dos estudantes cabe ao professor fomentar por meio de práticas pedagógicas, a utilização de jogos que desenvolvam o raciocínio lógico, o trabalho colaborativo, a linguagem, a interação entre os pares lançando mão de materiais diversos, os quais compõem o cenário produtivo, criativo, lúdico e intelectual. 

Enfatiza-se, ainda, segundo Le Boulch (1986) a importância do jogo, de forma lúdica e prazerosa, na educação psicomotora do estudante pertencente à Educação Infantil, constituindo-se pela expressão corporal, seja ela em grupo ou individual.  

Por fim, conforme as Diretrizes da Educação Infantil Marista (2015), a brincadeira deve estar presente no dia a dia da escola e da vida das crianças e dos adultos, propiciando a interação entre eles e sendo repleta de alegria, diversão e entusiasmo, sendo um comportamento lúdico onde cada um dos envolvidos possa se deparar com seus próprios sonhos, saberes e suas indagações diante do mundo e do novo. Brincando, aprendemos o que é necessário para a vida: leveza, desejos, conhecimento, interação, entre tantos outros saberes.

Referência Bibliográfica:

BNCC, Ministério da Educação. Base nacional Comum Curricular, Brasília: MEC, 2017. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/. Acesso em: março de 2018.

COLÉGIOS E UNIDADES SOCIAIS DA REDE MARISTA. Gerência Educacional. Diretrizes da Educação Infantil Marista/Organizadores Ir. Manuir José Mentges, Loide Pereira Trois; [autores] Aline Aparecida Zanatta… [et al]. – Porto Alegre: CMC, 2015.

LE BOULCH, Jean. O desenvolvimento psicomotor: do nascimento aos 6 anos. Porto Alegre: Artes Médicas, 1986.

NEGRINE, Airton. Aprendizagem e desenvolvimento infantil. Perspectivas psicopedagógicas. v. 1, Porto Alegre: Prodil, 1994.

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