O poder transformador da educação e do voluntariado

Daniel Santoro, presidente do Conselho de Administração da ONG Parceiros Voluntários, traça um paralelo sobre a importância das escolas na sensibilização dos alunos para o voluntariado

imagem: Freepik

Daniel Santoro

Presidente do Conselho de Administração da ONG Parceiros Voluntários, Vice-Presidente do Transforma RS e membro do Conselho da ADVB/RS. Conselheiro Independente certificado pela Harvard Business School e CCA+ IBGC, sócio fundador e conselheiro da Casco Blindagens Especiais, Casco Motors by Piccoly e Santoro & Partners, sócio da Associação Hospitalar Moinhos de Vento. Atua, também, como Conselheiro de Administração da PROCERGS e do Conselho de Desburocratização e Empreendedorismo do Estado do Rio Grande do Sul.

O dia 28 de agosto marca o Dia Nacional do Voluntário no Brasil, um país de mais de 210 milhões de pessoas. Esta data, além de nos fazer reconhecer as pessoas que atuam voluntariamente, nos faz refletir sobre o potencial de ampliarmos o número de voluntários, afinal de contas, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (PNAD), do IBGE, em 2022, somente 7,3 milhões de pessoas realizaram trabalho voluntário.

Quando pensamos em todo o potencial que ainda temos para crescer, com certeza, isso passa pelo processo de educação, proporcionando espaços de formação e de oportunidade, tanto que aqui na Parceiros Voluntários falamos em Educação para a Cidadania, uma visão ampliada deste processo porque acreditamos que, ao proporcionar momentos de formação para jovens e adultos sobre temáticas relacionadas ao voluntariado, fomentamos a cultura do voluntariado e a atuação mais cidadã de cada um de nós.

>> Conheça mais sobre o Parceiros Voluntários

Ao falarmos em educação, falamos em escolas como espaços para o desenvolvimento desta cultura de voluntariado por meio, por exemplo, de ações que despertem em crianças e jovens o desejo de atuarem como voluntários em suas comunidades – ou para que conheçam outras realidades nas quais eles possam vir a colaborar. Esse aspecto é especialmente importante quando vemos um perfil das novas gerações naturalmente mais engajados com causas sociais, com mais acesso a informações, mais diversa e inclusiva.

>> O desafio de oportunizar espaços para o protagonismo juvenil

Espaços pedagógicos também podem oportunizar a prática do voluntariado para pessoas da comunidade. Neste sentido, escolas e organizações da sociedade civil podem abrir suas portas para que voluntários contribuam com a manutenção dos seus espaços, a realização de oficinas e atividades culturais e, até mesmo, apliquem suas habilidades para a gestão destas instituições.

E ainda podemos falar em voluntariado na escola como uma forma de materializar ou agregar ao cumprimento da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) quando aborda, por exemplo, a linguagem como meio para o exercício da cidadania e dimensões do conhecimento como a construção de valores para uma sociedade mais democrática e do protagonismo comunitário. Ou seja, por meio de diferentes áreas do conhecimento é possível desenvolver habilidades e competências importantes para a prática do voluntariado e para a transformação social.

Reunir estudantes e famílias na realização de ações também pode ser uma ótima oportunidade de aproximar os pais da comunidade escolar e de seus próprios filhos, fortalecendo vínculos com educadores e ainda gerar impacto positivo na comunidade.

Não é à toa que há exatos 20 anos realizamos Tribos nas Trilhas da Cidadania, que trabalha com diferentes metodologias as trilhas de meio ambiente, cultura e educação para a paz, conciliadas com a prática de ações sociais. Essas metodologias oportunizam aos jovens e educadores de todo o Brasil olharem para a sua escola e comunidade, identificando ações que eles mesmos podem realizar para solucionar demandas ou problemas sociais. E nos encanta ver quando eles se unem para coletar tampinhas e destinar para organizações sociais, ou quando eles decidem se apropriar do espaço e deixá-lo mais limpo e acessível, ou, ainda, quando se mobilizam para proporcionar boas experiências a idosos.

Ao longo dos nossos mais de 26 anos de história, a gente consegue perceber o quanto o voluntariado é transformador para quem se beneficia dele e, mais ainda, para quem o realiza. E não importa o tamanho da ação, o importante é o agir. Pequenas ações têm o potencial de mudar o mundo e contagiar mais pessoas para o voluntariado e para quem não sabe por onde começar, a gente reuniu uma série de ações, todas relacionadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU em um site. Então, se você deseja se inspirar, te convido a acessar sejavoluntario.org.br e estar com a gente nesse movimento pelo voluntariado.

TAGS





Assine nossa newsletter

E fique por dentro das novidades