Os alunos estão construindo suas trilhas de aprendizagem. E agora?

Para especialista em tecnologia e comunicação, o futuro da educação passa pela busca de desenvolvimento de habilidades específicas em que o aluno se autorregula

imagem: AdobeStock

Rafael Martins de Oliveira

CEO e Cofundador do Share, uma das maiores plataformas de educação para o mercado de comunicação do Brasil. Professor convidado no MBA de diversas faculdades pelo país, palestrantes e colunista. Participa de alguns dos maiores eventos de comunicação e marketing do mundo. Já realizou projetos com empresas como: Facebook, Twitter, Pinterest, Globo, Red Bull, Bradesco, Azul Linhas Aéreas, Nubank, Magazine Luiza, entre outros. É considerado um dos principais estudiosos de tecnologia e comunicação do país.

A educação se padronizou na época da Revolução Industrial, pois se fazia necessário ter um método, um formato, onde poderíamos encaixar um grande volume de pessoas todos os anos e, assim, desenvolver elas seguindo este mesmo padrão que poderia ser replicado em qualquer lugar e para qualquer profissão. Educação Básica, graduação, pós-graduação, MBA…

Pois bem, sabemos que deu certo. Mas e agora, onde o conhecimento é abundante (em alguns casos comoditizado) e a tecnologia nos dá cada dia mais opções para compartilhar conhecimento e aperfeiçoar o nível de aprendizado dos alunos, qual o papel do professor e das instituições de ensino?

Segundo Sakib Dadi da Bessemer Capital, o futuro da educação se dará por uma busca no desenvolvimento de habilidades específicas pós-alfabetização, em que o aluno irá se autorregular, auto treinar e se auto desenvolver de acordo com as coisas que mais lhe atrai. Será?

Eu ainda acredito muito que, mesmo com conteúdo abundante, se faz necessária a curadoria deste, não apenas do ponto de vista de qualidade do conteúdo, mas da sequência lógica para estudar, da qualificação de quem está ensinando e do quão prático e dinâmico aquela metodologia se apresenta.

Hoje, temos jovens criando jogos incríveis no Minecraft, aplicativos no Codeverse, músicas no Rapchat e gráficos no Canva, e fazendo isso, muitas vezes, deitados no sofá. Ora, se o estudo agora é dinâmico, digital, curto e com boas camadas de entretenimento, cabe a nós, educadores, nos inserirmos neste contexto. Entendo que existem diversas oportunidades de gerar e compartilhar conhecimento com todos esses jovens ávidos pelo novo. Precisamos aprender a linguagem, a rotina e o que os motiva a estudar. 

Se olharmos para o metaverso e suas aplicações na educação, me parece fascinante estudar sobre a Grécia, colocando um óculos e me projetando para lá e ouvindo os diálogos que aconteciam na época. Ou, quem sabe, treinar uma operação de coração em um corpo digital e com feedback do movimento feito de forma muito assertiva pelo software do óculos que monitorou todos os movimentos que fiz.

As comunidades online viraram um ponto de conexão social, mas também de socialização, mesmo que digital. Vamos possivelmente refletir muito sobre o que é presencial, uma vez que podemos estar em uma sala com 100 alunos e nos conectar verdadeiramente com 4, mas em uma aula online com 20, às vezes estamos muito mais presentes. Então, o que é presença? E para que ela serve na educação, a partir deste cenário? 

Ao que tudo indica, teremos profissionais trabalhando por projeto e não mais por uma carreira de décadas na mesma profissão e, para isso, precisam estar conectados em plataformas de micro learnings para trazer este conteúdo em pílulas de acordo com o tempo e a necessidade daquele dia, sendo essa em vídeo, áudio ou texto para simples escolha dos alunos.

Temos muitas perguntas e poucas respostas, mas a certeza é que tudo vai mudar em uma velocidade inédita.

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