Celebrado em 20 de maio, o Dia do Pedagogo é uma oportunidade para que as instituições de ensino valorizem o papel fundamental desses profissionais na formação de indivíduos e na construção de uma sociedade melhor. Em um cenário marcado por transformações sociais, rápido avanço das tecnologias, mudanças nas políticas educacionais e novas demandas dos estudantes surgindo todos os dias, os pedagogos enfrentam desafios cada vez mais complexos em suas formações e trajetórias profissionais.

Para a assessoria pedagógica e de legislação do SINEPE/RS, Naime Pigatto, os pedagogos encontram situações desafiadoras tanto atuando em sala de aula quanto na gestão, tendo em vista que, na essência do seu trabalho, está o olhar para a ação de educar, o ato educativo em si e as intervenções a serem feitas.

“Um dos grandes desafios do pedagogo, hoje, é fazer filtros do que realmente é imprescindível, o que não pode ser deixado de lado no cotidiano escolar. Todos sabemos a ênfase das políticas educacionais para um trabalho voltado para o socioemocional, que é muito importante. Mas não é possível deixar de lado a competência relacionada aos conteúdos que dão base para uma vida sustentável, cultural e econômica do ser humano”, aponta.

Outro ponto destacado por Naime é a paciência. Conseguir oferecer respostas rápidas e agir na incerteza coloca o pedagogo numa situação passível de erros. Nestes casos, de acordo com a assessora do SINEPE/RS, é necessário que a família assuma o seu papel como educadora e seja parceira não só do pedagogo, mas das ações da escola como um todo.

Vice-diretora e supervisora pedagógica do Colégio Sant’Anna, em Santa Maria, Helena Rohde acredita que a parceria com as famílias também engloba o acolhimento, já que muitos pais e responsáveis procuram na escola um apoio para lidar com algumas situações que envolvem os estudantes. Para conseguir um resultado mais assertivo, ela orienta uma constante atualização do pedagogo, indo sempre além dos assuntos ligados à educação.

“É preciso olhar para fora dos muros da escola. Isso mexe com a criatividade depois e com a nossa capacidade de adaptação. Quanto mais eu abro meus horizontes, mais condições eu tenho para trazer novidades para a sala de aula e para acolher a diversidade dos alunos”, avalia.

Helena indica também dois pilares que sustentam um bom pedagogo: o investimento nos estudos para oferecer um ensino mais personalizado e o desenvolvimento das habilidades socioemocionais. “O profissional precisa de autoconhecimento, saber quem ele é. Só assim ele consegue a bagagem necessária para colaborar com seus alunos de forma plena, para além dos conhecimentos pedagógicos”, orienta a vice-diretora.

A assessora pedagógica Rede ICM de Educação, Lenir dos Santos Moraes, acredita que ser pedagogo na contemporaneidade envolve o pensamento para encontrar uma integração efetiva das tecnologias digitais no processo de ensino-aprendizagem e transformá-las em aliadas pedagógicas potentes. O fortalecimento de parcerias e a construção de redes de apoio consistentes para o processo educativo também merecem a atenção por parte dos profissionais da pedagogia. “É um trabalho que envolve uma jornada fascinante e, por vezes, labiríntica, encontrando caminhos entre a teoria e prática, entre as demandas do dia a dia e os cenários de futuro”, afirma Lenir.

Mesmo com as constantes mudanças na Educação e a presença de uma sociedade em que a informação é cada vez mais dinâmica, escolher a pedagogia como carreira envolve muito mais que talento. Para Helena, é preciso que o pedagogo continue sonhando e não apenas cumprindo um cronograma de forma burocrática. Na visão de Lenir, perceber os resultados da dedicação ao ato de ensinar tornam válidos os desafios da profissão. “Em cada olhar que se ilumina com a descoberta, temos a recompensa de uma profissão que acredita no humano e constrói propósitos comuns que nos ajudam a aprender no e com o mundo e a melhorá-lo, aprimorando-o através da educação”, ressalta a pedagoga.