Momento muito aguardado pela comunidade escolar, as férias de inverno nas instituições de ensino privado estão se aproximando. Em razão da Convenção Coletiva de Trabalho, todas as escolas particulares devem estar de recesso na última semana de julho (de 28 de julho a 1º de agosto).

Em 2024, por causa das enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul, a maioria manteve o recesso de apenas uma semana para conseguir reorganizar o calendário escolar. Neste ano, contudo, algumas escolas devem voltar a adotar duas semanas de descanso, dentro da autonomia que cada uma dispõe para isso.

Seja uma semana ou duas, o certo é que o período se torna uma ótima oportunidade para descansar a mente e o corpo para a segunda metade de 2025. Mas como fazer esse descanso sem desregular a rotina das crianças e adolescentes?

A assessora pedagógica do Programa Líder em Mim, Fabiana Santana, destaca que as férias devem ser vistas como uma oportunidade estratégica para cultivar o equilíbrio emocional, as relações saudáveis e o autoconhecimento. “As férias não são apenas um período de inatividade, mas também um espaço para o descanso significativo, a recarga de energias e o desenvolvimento de novas habilidades e experiências”, comenta Fabiana.

Entre as dicas que a assessora pedagógica dá, estão: incentivar o jovem a momentos de autocuidado e reflexão, estimular conexões com a família e amigos, criar uma rotina flexível e com propósito, estabelecer limites saudáveis com a tecnologia, incentivar atividades que revelem talentos e paixões e preparar o emocional para a volta às aulas.

“Relembre conquistas do semestre anterior, incentive planos para o novo ciclo e, se possível, envolva a criança/adolescente em pequenas decisões, como organizar o material escolar para o retorno às aulas. Essa transição suave reduz a ansiedade e gera motivação”, aconselha Fabiana.

O psicólogo Danilo Suassuna reforça que a pausa é um ciclo essencial de descanso, conexão familiar e estímulo saudável à autonomia. É nas férias, segundo o especialista, que o sono tende a ser mais regular e de melhor qualidade, o que favorece diretamente o desenvolvimento cognitivo e emocional. Outro destaque é em relação às atividades informais, muitas vezes mais significativas do que o conteúdo formal da sala de aula.

“Atividades como viagens, visitas a museus, brincadeiras ao ar livre e leituras fora do currículo escolar são ricas em estímulos. Elas promovem a criatividade, reforçam a autoestima e ajudam a criança a construir sua identidade”, destaca Suassuna.

E para os adultos?

Fabiana aconselha que os adultos envolvidos na comunidade escolar, como professores e pedagogos, devem dividir o recesso em três momentos:

• De pausa total: com práticas e atividades que a rotina do dia a dia não permite
• De reconexão intencional: investindo em conexões pessoais significativas, como encontros com familiares e amigos
• De planejamento sustentável: para organizar o segundo semestre do ano.

“É preciso levar em consideração que não temos apenas o espaço escolar ocupando as nossas vidas, mas desempenhamos outros papéis que não podem ser terceirizados e que, ao buscar o equilíbrio a partir de um bom planejamento, será possível diminuir significativamente a sobrecarga com que lidamos diariamente”, destaca a assessora pedagógica.

Aproveite as férias!