A enchente histórica que atingiu o Rio Grande do Sul este ano impôs desafios que ainda estão sendo descobertos, conforme a rotina é retomada. Nas instituições de ensino, questões como a saúde mental de toda a comunidade, gestão financeira e recuperação das atividades pedagógicas estão entre os temas que mais suscitam dúvidas.

Para ajudar a passar por esse momento com menos turbulência, o SINEPE/RS convidou especialistas para falar sobre esses e outros assuntos. A série “Enchente 2024 e Seus Impactos” traz, em cinco episódios disponíveis na plataforma SINEPE/RS PLAY, conteúdos nas áreas de saúde e gestão para ajudar a recomeçar após essa catástrofe. O acesso é aberto e gratuito, para assistir, basta fazer um cadastro na plataforma (associados devem informar o CNPJ no local do CPF).

O psicoterapeuta, palestrante, escritor e autor da Metodologia OPEE, Leo Fraiman, abre a série com uma mensagem sobre esperança, ensinando a enfrentar momentos difíceis com sabedoria. “A vida não comporta rascunho e muda rapidamente. As situações mais trágicas e as mais lindas da vida acontecem de repente. Agora, o que eu posso fazer de melhor com essa pessoa, esse aluno que está na minha frente?”, reflete.

No segundo episódio, o psicólogo e psicanalista Julio Walz, autor do livro e do podcast “Cuidar não é educar”, faz uma análise sobre as emoções que envolvem os estudantes. “Nesse período de praticamente um mês, muitas pessoas sofreram diretamente com os impactos da enchente. Elas perderam coisas, perderam referência, perderam sua história. Quem não sofreu diretamente, sofreu indiretamente, de outras maneiras”, comenta. Ele também traz dicas para as escolas os acolherem nesse momento.

Já a doutora em gestão de pessoas, mestre em Psicologia Clínica e diretora da Conexão IE, Alessandra Gonzaga, apresenta, no terceiro episódio, dicas práticas de como acolher a equipe escolar, do ponto de vista da gestão emocional. A especialista traz pontos importantes sobre o gerenciamento das emoções e fala da importância da acolhida. “A primeira orientação é para não forçar a pessoa a contar o que aconteceu. As pessoas estão tentando esquecer do que aconteceu, mas na tentativa de fazer uma escuta empática, a gente pergunta. Mas por favor, não provoque isso. A principal orientação é o acolhimento. Não devemos forçar a pessoa a se sentir melhor”, explica.

O quarto episódio conta com a psiquiatra da Clínica de Dor do Hospital Moinhos de Vento Lorena Caleffi, que fala sobre como identificar o transtorno de estresse pós-traumático, sintomas e características da doença. “Um aspecto ao qual devemos estar atentos é que o estresse pós-traumático aumenta o risco de suicídio em qualquer idade”, alerta, complementando com dicas sobre como agir nesses casos.

Quem fecha a série é o consultor empresarial e diretor do SINEPE/RS, Iron Müller, que versa sobre gestão financeira e patrimonial pós-enchente. O episódio traz dicas importantes sobre essas áreas, especialmente para as instituições afetadas pelo evento climático. “Em relação a ações como descontos ou bolsas, cada situação deverá ser tratada de forma individual. Não há uma regra que possa abarcar todas essas possibilidades”, destaca Müller.