Retorno às aulas presenciais exigirá um ensino flexível
Em encontro online promovido pelo SINEPE/RS, Paulo Tomazinho destacou a importância de considerar as diferentes rotinas familiares no retorno à escola
A importância de um ensino flexível, que considere a nova rotina familiar no retorno às aulas presenciais, foi um dos destaques da fala do consultor de ensino Paulo Tomazinho no 12º encontro online promovido pelo SINEPE/RS na sexta-feira (07/08). Numa conversa sobre a formação docente durante o ensino remoto e a preparação para a volta às aulas presenciais, Tomazinho trouxe alternativas para garantir o cumprimento dos protocolos sanitários e pedagógicos.
Para o consultor, a educação viveu momentos distintos ao longo dos últimos meses. “No primeiro momento, com o fechamento das escolas, houve um período de ensino remoto emergencial. Não havia um planejamento, o objetivo era dar continuidade ao ano letivo, mas ninguém sabia ao certo como fazer isso”. Ao perceber que a suspensão das aulas presenciais seria mais extensa do que a previsão inicial, instituições e docentes passaram a replanejar e readequar o trabalho pedagógico a fim de atender os alunos durante esse período. “Passamos, então, para um ensino intencional, momento em que já existe uma pedagogia, uma organização das aulas”, comentou.
Segundo Tomazinho, o momento ainda é de muitas incertezas e desafios. “Não existem especialistas em ensino remoto. O que temos são pessoas que há cerca de 120 dias buscam entender essa nova realidade e se ajustar a ela. Estamos aprendendo dia após dia, na prática”, avaliou. Agora, a educação se prepara para um novo cenário: o ensino híbrido, que se torna uma opção no possível retorno presencial. No entanto, o palestrante fez um alerta: “Será necessário diferenciar as tradicionais aulas híbridas daquelas lecionadas durante o período de excepcionalidade. O momento exige flexibilidade, um ensino híbrido que considere as diferentes rotinas familiares”.
Na avaliação do palestrante, é necessário não apenas readequar os espaços físicos, mas também as metodologias pedagógicas. Tomazinho defendeu a adoção de práticas ativas como a realização de estações rotativas de estudos – os alunos se dividem em pequenos grupos e realizam atividades diferenciadas em cada estação – e a sala de aula invertida. “As instituições de ensino precisam reorganizar os espaços físicos, cumprir protocolos de segurança, investir em tecnologia, gestão e comunicação, mas também visualizar evidências científicas sobre técnicas de aprendizagem”, afirmou. Outra mudança será na forma de avaliar. A aposta do consultor está em atividades formativas semanais e não mais em avaliações bimestrais. Ele destaca ainda, a importância de autonomia para as instituições. “Não existe uma solução única, cada instituição deve encontrar as melhores alternativas, dentro da sua realidade.”
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