Novas habilidades: será que as crianças estão mais inteligentes?
Especialistas analisam o perfil dessa nova geração e trazem sugestões para estimular a aprendizagem e desenvolver múltiplas competências entre os pequenos
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Seja no almoço de domingo ou no playground do condomínio, lá estão as crianças questionando os adultos com comentários insólitos ou alguma atitude surpreendente para um cidadão tão pequeno. Se a cena lhe parece familiar, saiba que você não está sozinho. A sensação de que esta geração que está chegando é mais inteligente que as anteriores já é parte do cotidiano de famílias, escolas e até da ciência. E não é de hoje. Data de 2012 um estudo publicado por três pesquisadores norte-americanos da Universidade Duke, na Carolina do Norte, que mostrava um aumento de 0,3 pontos por ano no Quociente de Inteligência (QI) de estudantes de Ensino Médio acompanhados pelos pesquisadores. Os motivos, embora não estivessem completamente definidos, eram ligados aos estímulos educacionais.
No entanto, afirmar que as crianças estão mais inteligentes é algo controverso. Para a professora do Programa de Pós-graduação em Psicolinguística da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) e pesquisadora no Instituto do Cérebro (InsCer), Aline Fay de Azevedo, há diferentes definições de inteligência. Uma delas, apresentada pela psicóloga americana Linda Gottfredson, afirma que inteligência é a capacidade de raciocinar, planejar, pensar de maneira abstrata, compreender ideias complexas, aprender rapidamente e aprender a partir da experiência. A partir dessa definição, a pesquisadora afirma que, para a ciência, dois fatores se destacam para essa percepção popular de que as crianças estão mais inteligentes: o acesso à informação e a evolução do ensino.