Delegado da Regional Metropolitana conta a história dessa regional e aponta desafios para o próximo ano
Grupo se organizou pela primeira vez nos anos 1970, por conta de uma greve, e nunca mais parou de buscar soluções e inovações para o ensino privado
Desde que foi titulado professor de Letras – Francês em 1973, o professor Hilário Bassotto nunca mais parou de se dedicar ao cuidado com os estudantes e a estimular os gestores para que fossem cada vez mais unidos e preparados. Entusiasta do protagonismo dos jovens, sempre fez questão de contar com grêmios estudantis por onde passou. Ao mesmo tempo, liderou a criação de grupos de estudos e desenvolvimento do ensino, em nível de gestão.
“Eu sempre disse que não assumo uma direção de escola sem um grêmio devidamente organizado. Porque é uma oxigenação da escola, traz muitas ideias, perspectivas, colabora com novos projetos e propostas. É uma escola dentro da escola, preparando líderes”, entende Bassotto.
E foram muitas diretorias assumidas em mais de 50 anos de carreira. Depois de presidir o diretório acadêmico durante a faculdade, exerceu sua liderança em instituições como o Colégio Marista Rosário (onde trabalhou por 33 anos) e o Colégio Marista Champagnat, além de escolas públicas como José Feijó, Parobé e Marechal Floriano. Há 12 anos, atua como orientador de turno no Colégio Santa Inês.
A convite do SINEPE/RS, toda essa experiência foi colocada a serviço da comunidade gaúcha em mais uma função. “Um dos trabalhos a que mais me dediquei ultimamente foi como conselheiro no Conselho Estadual de Educação, por dois mandatos, totalizando oito anos. Representei o nosso sindicato”, comenta.
Regional
Durante sua caminhada, o professor também foi convidado para estar à frente da regional metropolitana do SINEPE/RS. A indicação foi natural, uma vez que Bassotto acompanhou desde os primeiros encontros entre gestores de Porto Alegre e região. Ele conta que tudo começou por volta do ano de 1975, diante de uma greve que desafiava os diretores das instituições na luta pela manutenção das atividades.
Um grupo de diretores se reunia sistematicamente para debater possíveis soluções, no que ficou conhecido como Clube de Diretores. Posteriormente, o SINEPE/RS, percebendo a necessidade e a importância desses debates, além de outros temas advindos da gestão escolar, ampliou para toda a comunidade do ensino privado da grande Porto Alegre.
“Ao longo desses anos, fui nomeado como coordenador e integrante da diretoria do próprio SINEPE/RS, onde estou até os dias de hoje. Entre muitas temáticas, as preocupações eram com a sustentabilidade das escolas, a garantia de oferecer educação de qualidade, normas de convivência, legislação educacional e capacitação de professores”, comenta o professor. Os debates para encontrar soluções viáveis nos acordos coletivos também são destacados por Bassotto, que ressalta o equilíbrio que sempre pautou as conversas entre diversas entidades representativas.
Desafios atuais
Na visão do professor Hilário Bassotto, as questões que desafiavam os gestores nas décadas passadas não mudaram tanto. No entanto, ganharam a companhia – ou a potencialização – da tecnologia, o que demanda investimento na formação de professores e pessoas capacitadas para atuar junto à comunidade escolar.
“Eu sublinho a sustentabilidade das instituições como um dos maiores desafios atuais. É uma preocupação de todas as direções. Outro grande desafio é oferecer uma educação de qualidade, atendendo à legislação educacional vigente, que passa por mudanças constantes”, pontua.
Bassotto também chama atenção para a ideia de uma escola inclusiva, em uma concepção mais ampla do conceito de inclusão. “Todo aluno que existe em uma escola, sob a nossa concepção, é de inclusão. A escola deve ser inclusiva em todos os ambientes, sem distinguir raça, religião, cor, nada”, defende.