Celebrado oficialmente desde 2019, o Dia Nacional da Filantropia surgiu a partir de um pedido realizado pelo Fórum Nacional das Instituições Filantrópicas (Fonif). A data, celebrada em 20 de outubro, estimula organizações, empresas e sociedade em geral para a geração de ações relacionadas ao setor filantrópico, voltado para três eixos: voluntariado, conhecimento e transparência.

O Brasil possui uma ampla variedade de instituições que atuam em áreas como saúde, educação e assistência social, com grande relevância no país. A última pesquisa A Contrapartida do Setor Filantrópico no Brasil 2022, elaborada pelo Fonif, indica que para cada R$ 1 de imunidade que o segmento filantrópico recebe, é devolvido para a sociedade, com a prestação de serviços, R$ 9,79. Ou seja, quase 10 vezes a mais do que é investido.

O presidente do Fonif, Custodio Pereira, reforça que, no momento de dificuldade, são as instituições filantrópicas que, por exemplo, oferecem saúde para aqueles que perderam o emprego ou dependem do Sistema Único de Saúde (SUS). “Mais de 60% das cirurgias de alta complexidade são feitas pelos hospitais filantrópicos no SUS”, salienta.

No país, Custodio ressalta que o segmento é um dos mais monitorados, auditados e fiscalizados. “Realizado pela Receita Federal, temos que prestar contas para três ministérios e o Tribunal de Contas da União. Mesmo assim, é um setor que, mesmo antes de haver leis, normas, regras, já dava sua importante contribuição desde o descobrimento do Brasil, isso por meio das Santas Casas”, comenta.

Todos os resultados auferidos no exercício das instituições filantrópicas só podem ser reinvestidos. “Não há distribuição de lucro, de resultado a qualquer título. Por isso que, durante séculos, muitas dessas instituições são bem sucedidas, possuem boas instalações e bibliotecas; além dos melhores hospitais do país”, reforça.

Para Custodio, o setor possui o papel fundamental de dar voz aqueles que mais precisam, sejam bolsistas, pessoas idosas ou crianças que necessitam da assistência social. “Na área de educação, conseguimos ter um grande índice de aprovação de estudantes no Exame de Ensino Médio (Enem)”, salienta.

Dados do setor no RS

Segundo dados do FONIF, no Rio Grande do Sul, são cerca de 100 mil estudantes em escolas e Instituição de Ensino Superior (IES) particulares com bolsas de 50 a 100% de gratuidade. O Estado é o que concentra mais estudantes em instituições filantrópicas, comparado ao número total de escolas privadas.

Ao todo, são 220 escolas filantrópicas e cerca de 50 mil alunos atendidos – quase metade das escolas privadas gaúchas – 44,7% – são filantrópicas. A segunda maior proporção é do Maranhão, 27%, e a terceira é de Santa Catarina, 17%. Já na Educação Superior, são 35 filantrópicas no Rio Grande do Sul, as quais atendem cerca de 50 mil alunos com bolsas de estudos.