Inovação, tecnologia e humanidades em discussão no Seminário para Diretores
Evento reuniu de forma presencial mais de 200 dirigentes do ensino privado no Teatro da Unisinos, em Porto Alegre, em comemoração aos 75 anos do Sindicato
Em comemoração aos 75 anos do SINEPE/RS, foi realizado no dia 23/05 uma edição especial do tradicional Seminário de Diretores, promovido anualmente pela entidade. A programação contou com palestras e debates sobre o futuro da aprendizagem, inovação na educação, humanidades e qualidade de vida. O evento reuniu quase 250 diretores no Teatro da Unisinos, em Porto Alegre.
Na abertura, o vice-presidente do Sindicato, Nestor Rachen, destacou a importância do evento e leu uma mensagem do presidente Oswaldo Dalpiaz, que não pode estar presente por motivos de saúde. “A capacidade de ser protagonista não nos é dada. É construída com esforço, com estudo, com dedicação e com o desejo de fazer o bem, o belo e o verdadeiro. Aquilo que todos nós procuramos. Um seminário como este pode nos ajudar nesse processo”, dizia o texto.
A programação da manhã foi aberta com painel apresentado pelo Co-fundador da Aerolito (um laboratório de futurismo e experimentos em tecnologias exponenciais), futurista e professor da Singularity University (EUA), Tiago Mattos. Ele falou sobre futuros, tecnologias e a diferença entre ser digital e ser digitalizado. Para Mattos, as escolas ainda não são digitais porque não fizeram a transformação necessária. "O digital é um fenômeno que vem com quatro forças: digitalização, automatização, personalização e distribuição. "Nesta lógica, tudo que puder ser digitalizado será; tudo que puder ser automatizado será, tudo que puder ser personalizado será; e tudo que puder ser distribuído será", salientou. O especialista defendeu que a escola continue com o presencial, mas isso não impede que também possa ser digital. Para fazer essa transição ele defende uma mudança no modelo mental dos gestores. “O líder tem o papel de inspirar as equipes que não estão enxergando o que se pode fazer por meio da tecnologia. Quem não pensa sobre futuros cria o futuro com ferramentas do passado”, afirmou. Neste processo, Mattos acredita que o erro é fundamental: “se não estamos errando não estamos inovando o suficiente. Só não erra quem está na zona de conforto”.
A programação da tarde foi aberta com uma fala da gestora de projetos institucionais do Sindicato, Luciana Moriguchi Jeckel, sobre os projetos especiais do SINEPE/RS para este ano como o 17º Congresso do Ensino Privado, que abriu as inscrições na quarta-feira. Na sequência, o vice-presidente do SINEPE/RS e presidente da FENEP, Bruno Eizerik destacou a importância do trabalho desenvolvido pelo Sindicato nesses 75 anos e apresentou a campanha que a FENEP está desenvolvendo em prol da valorização da vida, que terá uma mobilização nacional no dia 29 de maio, convidando todas as escolas particulares a participar.
O painel da tarde contou com a participação do Decano da Escola da Indústria Criativa da Unisinos, Gustavo Borba, e da consultora de inovação e educação, Caroline Bücker. Com a mediação da diretora do Sindicato e do Colégio Farroupilha, Maricia Ferri, os convidados discutiram sobre tecnologia, humanidades, engajamento e colaboração na educação. Borba trouxe ponderações quanto ao uso excessivo da tecnologia. “Tudo que vai pela tecnologia tende a gerar padrões, não tem subjetividade. E em todo o lugar que se quer gerar um padrão, o professor não é mais relevante. Mas, se é um local que quer aceitar a diversidade e valorizar a humanidade, a tecnologia entra como suporte, não mais o centro de tudo”. Para Caroline, os professores estão tão cheios de “algoritmos” e padrões que é o momento de pensar na parte humana dos processos. “Precisamos reestabelecer as conexões verdadeiras e valorizar a colaboração para que o ambiente escolar faça sentido para os alunos”, destacou a especialista.
A programação do evento foi encerrada com a palestra sobre qualidade de vida, apresentada pelo médico e Doutor em Pneumologia/UFRGS, José J. Camargo. Em sua fala, ele defendeu a importância das relações para uma vida mais saudável. “Quem chegou saudável ao final da vida não é quem tem melhor colesterol, mas sim quem tem boas relações, bons amigos ou familiares. Os solitários ficam mais velhos precocemente. Não tem nada mais importante do que relações confiáveis e saudáveis”, destacou. Entre os fatores que trazem a verdadeira felicidade Camargo pontua: Vida familiar estável e afetiva; Estabilidade econômica; Reconhecimento profissional e respeito no ambiente de trabalho. Outro ponto destacado pelo médico é a importância da solidariedade: “descobre a verdadeira felicidade quando tem o prazer de ajudar”, afirmou.
Confira a galeria do evento: