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20/10/2025

Protagonismo estudantil marca projetos do Prêmio Inovação SINEPE/RS 2025

Terceira fase de avaliação, no dia 9 de outubro, evidenciou a capacidade de atenção e resolução de problemas por parte dos estudantes da rede privada

por Pedro Pereira - Padrinho Conteúdo
Protagonismo estudantil marca projetos do Prêmio Inovação SINEPE/RS 2025
Transformação de resíduos pesqueiros em soluções sustentáveis  - Escola Técnica Cristo Redentor, de Porto Alegre

A visão do estudante como principal agente de sua carreira escolar toma uma proporção cada vez mais significativa. Projetos classificados para a terceira etapa de avaliação do Prêmio Inovação SINEPE/RS na categoria Estudante Protagonista são prova disso. Soluções para problemas complexos e perfil de liderança ficaram evidentes nos trabalhos apresentados no dia 9 de outubro, na sede do sindicato, em Porto Alegre.

Na abertura da categoria, o diretor e ex-presidente do SINEPE/RS Osvino Toillier fez questão de saudar os participantes, equipe de trabalho, jurados e público em geral. “O prêmio começou simples e pequeno, evoluindo para se transformar no que é hoje. Quando instituímos, havia escolas que inscreveram o site, que era uma das categorias. Hoje, temos uma expressão da escola em sua amplitude, o que nos honra e alegra muito. Parabéns a vocês, estudantes, que são a grande razão de tudo isso que acontece”, enalteceu.

Sustentabilidade

A Escola Técnica Cristo Redentor, de Porto Alegre, sempre vivenciou a mudança de vida dos estudantes por meio da qualificação profissional. Além do tradicional curso técnico em Enfermagem, há outros, como o de técnico em Química. Mas, mais do que oferecer uma abertura de porta para o mercado de trabalho, a instituição busca desafiar o estudante a participar, indo além do que a sociedade, muitas vezes, espera desse tipo de formação.

Por isso, assim que o antigo trabalho de conclusão de curso foi extinto pela legislação, a coordenação buscou outras formas de engajar os estudantes em relação à pesquisa. Espaços foram criados, assim como novos componentes curriculares (empreendedorismo, por exemplo).

Nesse contexto, surge o projeto interdisciplinar “Transformação de resíduos pesqueiros em soluções sustentáveis”, a fim de mostrar que o estudante pode empreender – seja dentro de uma empresa em que trabalhe, seja por conta própria, tanto na ciência, quanto na academia.

Motivados a melhorar o mundo, os estudantes pensaram, inicialmente, em criar membranas para dessalinizar a água do mar. A ideia era um tanto ousada, mas não poderia ser descartada. Amadurecendo o debate, trazendo conceitos de economia circular, chegou-se ao plano de pegar resíduos industriais e transformar em biopolímero (plástico biodegradável), com o qual se produz membranas que retiram poluentes das águas residuais da indústria, que tem corantes difíceis de filtrar.

O projeto chamou atenção do meio científico e rendeu parcerias com a Universidade Federal do Rio Grande (FURG), Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e a Attend Ambiental, especializada em tratamento de efluentes. A empresa chegou a enviar uma carta de reconhecimento pelo grande potencial de impacto ambiental e social do projeto, além de ter oportunizado testes complementares.

Como legado, a instituição enaltece o fato de mostrar o potencial do ensino técnico, pois muitas vezes o estudante e a sociedade não enxergam a capacidade científica dos cursos de formação profissional. A partir de projetos como esse, a possibilidade de impactar o mercado, a sociedade e a vida de muitas famílias fica ainda mais evidente.

Mediação de conflitos

Com o objetivo de ensinar as crianças a resolverem seus conflitos de forma respeitosa e gentil, foi criado o “Projeto Mediação: Promovendo a convivência e a colaboração entre os estudantes do Colégio Leonardo Da Vinci Beta”. A instituição de Porto Alegre trabalhou com o apoio dos mediadores e dos próprios estudantes para que pudessem aprender a ouvir uns aos outros, desenvolvendo valores como responsabilidade e empatia. Assim, podem fortalecer o ambiente escolar e torná-lo mais harmonioso.

A ideia veio em 2018, quando o departamento de psicologia escolar recebia muitos casos de conflito envolvendo violência. Era preciso prevenir eventos assim, bem como os de bullying. Por mais que o planejamento precise vir da gestão, o protagonismo cabe aos estudantes.

O colégio tomou por base as competências gerais da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que leva em consideração o exercício da empatia, o diálogo, a resolução de conflitos, o acolhimento da diversidade e valores como inclusão e respeito. A partir daí, estimulou o diálogo, a cultura de paz e proporcionou espaços de convívio e colaboração entre os pares e também estudantes de diferentes níveis de ensino – já que a iniciativa abrange da Educação Infantil ao Ensino Médio.

Entre fevereiro e março é feita a divulgação do programa. De abril a novembro, as atividades são desenvolvidas. E, em novembro, trabalhos relativos ao tema são apresentados. Essa formação anual é baseada na comunicação não-violenta e na justiça restaurativa.

Depois dessa formação, os estudantes se colocam como voluntários para atuarem como mediadores na turma, por uma semana, sempre em duplas ou trios. Este ano, a formação foi baseada em teatros, que os próprios alunos apresentaram. Além da representação, há uma série de explicações sobre a peça e os princípios que embasam o roteiro.

Também foram desenvolvidas oficinas para promoção de momentos de convivência entre os estudantes. São chamadas de Oficinas de Habilidades, em que os próprios alunos ensinam atividades de seu interesse, com até 10 participantes, acompanhados pela psicologia escolar. Foram 15 atividades como essas em 2023, 33 em 2024 e 19 no primeiro semestre de 2025.

Em 2025, teve início a ação Brincar Livre, com jogos e brincadeiras fora das telas. Ela é aplicada a estudantes da Educação Infantil e do Ensino Fundamental I, com mediação dos que estão no Ensino Fundamental II e no Ensino Médio.

Dentro do projeto, medidas punitivas dão lugar a medidas pedagógicas e o Clube das Virtudes apresenta contos que ajudam a refletir e desenvolver novas atividades, trabalhando as relações interpessoais. Já a Feira de Mediação é promovida para compartilhar todos esses conceitos com a comunidade escolar, sempre no início de novembro, durante a Semana Nacional de Conciliação.

Não significa que os conflitos tenham deixado de acontecer, mas eles passam a ser resolvidos de forma mais criativa, com diálogo e sem violência. Segundo a equipe do colégio, os estudantes relatam ter aprendido a ter calma, mediar as coisas boas e se sentem muito bem ajudando os colegas.

Protagonismo do tamanho do universo

Poucas coisas fascinam tanto as pessoas e as deixam tão curiosas quanto a astronomia. Pois o Colégio Madre Imilda, de Caxias do Sul, resolveu fazer com que os estudantes também se perguntassem sobre os mistérios do universo – e, melhor, trouxessem essas questões para dentro da sala de aula.

Tudo começou pela aquisição de um planetário, há dois anos. Consiste em um domo de 180 graus, equipado com um projetor. A partir daí, a instituição não parou mais de desenvolver atividades com vídeos, oficinas, até se tornar o que ficou conhecido como Clube de Astronomia. O termo rima com autonomia, algo que é trabalhado em todos os níveis de ensino.

Segundo o colégio, o Brasil conta com diversos planetários, entre iniciativa privada e instituições federais, mas, nas escolas, não é comum, sendo este o terceiro do país. A ele é atribuído um espaço formativo, dedicado a conteúdos programáticos, da Educação Infantil ao Ensino Médio.

Já o Clube de Astronomia recebe os estudantes do sexto ano até o Ensino Médio, pois eles conseguem aprender a operar os equipamentos e receber os outros alunos e até mesmo os visitantes.

Para atuar na monitoria, o estudante recebe treinamento de um ano. A formação engloba alguns tópicos astronômicos, oficinas (como as de construção e lançamento de foguetes, palestras e um diário de estudo.

O objetivo do colégio sempre foi promover o protagonismo vinculado ao estudo da astronomia, vinculando-o a competências profissionais. Mais especificamente, a ideia é desenvolver habilidades científicas por meio de oficinas e experimentos, além de estimular a autonomia e o protagonismo com monitorias e pesquisas, e fomentar o engajamento com produções científicas. Entre os parceiros consolidados até agora estão o Planetário da Unipampa e o Observatório Europeu do Sul.

Entre as atividades desenvolvidas no contexto da astronomia estão a confecção de foguetes com garrafa pet e montagem, em escala, do sistema solar – ajudando a perceber a distância entre os planetas. Os estudantes também participam de competições como a Olimpíada Nacional de Astronomia Digital (onde já conquistaram duas pratas e um bronze) e a Olimpíada Brasileira de Astronomia (com duas pratas e um ouro).

Embora seja bom contar com um planetário, ele não é imperativo para aguçar a curiosidade e a criatividade dos estudantes. Por isso, a instituição tem o objetivo de passar esse conhecimento adiante. Os conteúdos podem ser apresentados em um projetor convencional, com bases que podem ser replicadas com adaptações mínimas.

“A avaliação do projeto é muito importante para confirmar se a gente conseguiu atingir os nossos objetivos. Então, participar hoje do Prêmio Inovação SINEPE/RS é um intuito que a gente teve desde o começo para poder ter um retorno e entender como o projeto é visto fora da escola, como pode ser melhorado, quais são as possíveis aplicações em outras escolas e se a gente consegue dar sequência nele”, observou o professor Rudson Pedroso, que está à frente do projeto.

“A gente vem aqui para ser jurado, mas acaba se inspirando, mais do que participando do processo. Por trabalharmos com educação e assistindo a esses jovens apresentarem projetos com esta relevância, com essa articulação, desde os pequeninos, nos sentimos otimistas. Eu me emocionei algumas vezes e fico muito feliz em poder participar”, comentou a doutora em Design e Tecnologia Daiane Grassi, jurada da categoria.

Segundo ela, a questão metodológica dos trabalhos atendeu plenamente os critérios de avaliação. Daiane, que também é certificada como Google Innovator, destacou o papel do professor como agente que potencializa o protagonismo. “A gente fala tanto, nesse momento, de inteligência artificial e outras tecnologias. Sim, é importante, a gente precisa, mas a figura do professor como alguém que acredita no aluno ficou muito evidente”, concluiu.

Metodologia da apresentação dos trabalhos

Na terceira e última etapa de avaliação dos projetos que concorrem ao Prêmio Inovação SINEPE/RS 2025, cada equipe teve 20 minutos para a apresentação. O tempo foi cronometrado pela organização e exibido para os apresentadores, para que pudessem ter controle.

Após cada exposição, os jurados tiveram a oportunidade de tecer comentários e fazer perguntas, que foram respondidas em um período adicional de cinco minutos. Concluída cada categoria, os respectivos avaliadores conversaram entre si, mas atribuíram notas individualmente. Delas, é feita uma média que compõe com as outras notas da competição.

Segundo a gestora de projetos do SINEPE/RS, Luciana Jeckel, 51 jurados voluntários, de diferentes áreas do conhecimento, participaram da avaliação dos projetos. Nesta etapa, foram três para cada categoria. O resultado final, com as categorias ouro, prata e bronze, será divulgado no dia 5 de dezembro, no no Teatro do Prédio 40 da PUCRS.

A premiação deste ano conta com patrocínio da FTD Educação.

Confira os jurados da categoria:

  • Daiane Grassi, doutora em Design e Tecnologia e certificada como Google Innovator
  • Fabiana Metzler Goulart, pedagoga, especialista em gestão educacional e analista de Educação do Sebrae/RS
  • Luis Louro, mestre em Educação, conselheiro do Conselho Estadual de Educação (CEED/RS)

 

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