Depois das etapas municipais, regionais e estaduais, chegou a vez do encontro nacional convocado extraordinariamente  pelo Fórum Nacional da Educação, com o apoio do MEC. O evento ocorreu entre os dias 28 e 30 de janeiro, em Brasília, e contou com mais de 2,4 mil representantes, entre delegados e observadores.

O Rio Grande do Sul esteve representado por aproximadamente 80 profissionais. Entre eles, esteve presente o presidente do Sindicato, Oswaldo Dalpiaz como delegado do Conselho Estadual de Educação.  Na avaliação do dirigente, a CONAEE é uma tentativa distante de criar e incentivar uma política de estado perene. Porém, as últimas edições sofreram com influências ideológicas, passando ao largo dos debates e do reconhecimento ao trabalho feito pelo ensino privado. “As organizações privadas não participaram efetivamente do debate. Eu estive em dois diálogos que tratavam da educação privada, mas não havia ninguém do ensino privado para debater. Só se via críticas, oposições, considerações nem sempre procedentes porque não se admitia a presença da escola privada”, lamenta.

Ainda assim, o presidente define a experiência como bastante positiva, pois permitiu entender o pensamento que existe no Brasil em torno da diversidade e das diversas metodologias que podem ser aplicadas em sala de aula.

A coordenadora da CONAEE estadual, representante da Secretaria Estadual de Educação junto ao Fórum Estadual de Educação comenta sobre a delegação presente no evento: “tivemos um conjunto bem variado de delegados, com professores, gestores, secretários municipais, trabalhadores da educação, tanto básica quanto superior e profissional. Inclusive um aluno de 12 anos, que esteve conosco em Brasília”, saúda.

A tônica dos debates ficou em torno da promoção de uma educação pública, gratuita, laica e de qualidade. “Claro que há embates, polarizações, mas, no conjunto da obra, o crescimento de todos que estiveram lá, das discussões e reflexões é maior do que as diferenças”, defende Itanajara.

Para a presidente do Conselho Estadual de Educação do Rio Grande do Sul (CEEd/RS), Fátima Ehlert, a Conaee deixou viva a ideia de uma educação como projeto de sociedade que visa uma formação humana e a garantia do conhecimento para que as pessoas possam se emancipar. “O encontro teve um caráter democrático. Muitos temas vieram à tona e se fazem presentes no próprio documento [elaborado ao fim do evento], como inclusão, diversidade, gestão democrática e participação da sociedade nos rumos da educação. Mas tudo isso precisa aparecer em forma de metas e estratégias – e ainda ser aprovado no Congresso”, explica.

Isso porque os debates deram origem a um apanhado que servirá de base para o novo Plano Nacional de Educação (PNE), que deve vigorar de 2024 a 2034, em substituição ao PNE projetado para o período de 2014 a 2024. O texto define diretrizes que são guia para a educação em todo o Brasil.

A expectativa, agora, é que o Governo Federal encaminhe o texto do novo PNE para apreciação do Congresso ainda no primeiro semestre.